A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, chegou perto de fechar um acordo com um partido protestante da Irlanda do Norte nesta terça-feira para salvar seu posto, já que está sendo intensamente pressionada para aliviar sua abordagem para a desfiliação britânica da União Europeia, o chamado Brexit, dias antes do início das conversas formais de separação.

A aposta eleitoral fracassada de May, que lhe custou sua maioria parlamentar, a enfraqueceu tanto que os apoiadores de laços mais estreitos com a UE exigiram publicamente que ela adote uma postura mais consensual e pró-empresariado no Brexit.

Na tentativa de evitar uma segunda eleição que poderia aprofundar o pior tumulto político do país desde o referendo chocante de junho passado que decidiu pelo rompimento com a UE, May conversou com o Partido Democrático Unionista da Irlanda do Norte (DUP, na sigla em inglês) nesta terça-feira.

Ela se reuniu com a líder do DUP, Arlene Foster, cuja sigla eurocética tem 10 cadeiras no Parlamento, durante mais de uma hora em Downing Street, embora mais tarde as duas tenham deixado o local por saídas diferentes.

“As discussões com o governo estão indo bem”, disse Foster no Twitter. “Esperamos poder levar este trabalho a uma conclusão bem-sucedida em breve.”

Um porta-voz de Downing Street não quis comentar.

Mas um acordo com o DUP cria o risco de desestabilizar o equilíbrio político na Irlanda do Norte por aumentar a influência dos unionistas pró-britânicos, que vêm lutando há anos com nacionalistas irlandeses católicos que querem que a Irlanda do Norte se junte a uma Irlanda unida.

O ex-premiê britânico John Major disse temer que um pacto com o DUP ressuscite a violência na província quase duas décadas depois de um acordo de paz mediado pelos Estados Unidos pacificar a Irlanda do Norte.

Do Reuters