Foto: Raimundo Paccó/Esp.CB/D.A Press

Por Carta Capital

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a criticar nesta terça-feira 15 a privatização da Eletrobras, concretizada no ano passado.A declaração foi concedida durante uma coletiva de imprensa convocada para esclarecer alguns aspectos do apagão elétrico registrado nesta manhã.

“Todos conhecem minha posição com relação à privatização. Um setor estratégico para a segurança do País, inclusive para segurança alimentar e energética, não deveria ser privatizado”, afirmou Silveira.

Mais cedo, a primeira-dama Janja da Silva publicou uma mensagem nas redes sociais para rebater, de forma indireta, críticas do ex-governador do Ceará Ciro Gomes. “A Eletrobras foi privatizada em 2022. Era só esse o tuite”, escreveu a socióloga.

Questionado sobre a manifestação da primeira-dama, Silveira disse apenas ter se tratado de “uma afirmativa textual” sobre “um fato que realmente aconteceu e que gera instabilidade para o setor elétrico nacional”.O ministro de Minas e Energia ainda criticou o fato de ter sido informado pela imprensa sobre a renúncia de Wilson Ferreira Júnior, agora ex-presidente da Eletrobras, e sua substituição por Ivan de Souza Monteiro.

“A minha posição é de que a privatização da Eletrobras fez muito mal, em especial no modelo em que ela ocorreu”, completou.

Em maio, o governo Lula, por meio da Advocacia-Geral da União, acionou o Supremo Tribunal Federal contra trechos da lei que autorizou a venda da Eletrobras. A ação contesta o dispositivo a tratar da redução na participação da União em votações no conselho da empresa.

A lei impediu que um acionista ou um grupo de acionistas exerça poder de voto superior a 10% da quantidade de ações. A avaliação da AGU é que o governo federal foi prejudicado pela norma, uma vez que detém cerca de 43% das ações ordinárias.

Ao protocolar a ação no STF, a AGU ressaltou que o objetivo não é reestatizar a Eletrobras, mas resguardar o interesse público e os direitos de propriedade da União.