Da Revista Fórum

O professor Rubens Nazareno Garcia, do curso de Odontologia da Univali, em Itajaí (SC), foi denunciado por um aluno por receitar medicamentos sem comprovação científica contra a Covid-19 durante aula online, na segunda-feira (22). Rubens teria indicado, inclusive, as doses necessárias para uso de ivermectina e hidroxicloroquina. A informação é do Diarinho.

Durante a aula, o professor teria relatado que toma ivermectina a cada 14 dias desde o começo da pandemia. Ele também teria orientado aos alunos a quantidade de comprimidos a serem tomados segundo o peso de cada um. Rubens avaliou ainda que o uso da ivermectina foi “politizado”.

“O FDA [Food and Drug Administration, órgão dos Estados Unidos equivalente a Anvisa] e os grupos de pesquisa mais sérios do Brasil e do mundo relatam a ivermectina como um excelente material profilático porque reduz cinco mil vezes a virulência do Covid e seus variantes”, afirmou, segundo o jornal.

Durante a aula, o professor é questionado por um aluno, que aponta os efeitos colaterais do medicamento. “Se você tomar um mês todo dia quatro comprimidos, vai ter problemas no fígado. Eu faço exames a cada seis meses e o meu fígado está melhor que o teu”, responde o professor. “Não tem Covid que chegue em mim”, completa.

Em seguida, Rubens também teria indicado o uso da hidroxicloroquina. “Mas aí é um comprimidinho alternado”, sugere. “Eu estou falando de ciência, não estou falando de achismo”, alega. O professor ainda critica a imprensa por reportagens que questionam a eficácia dos remédios.

“Sabe porque estamos batendo 300 mil [mortes por Covid no Brasil]? Porque não houve tratamento preventivo como deveria. Nem vamos polemizar isso, mas se todo mundo tivesse feito preventivo com remédios baratos, inclusive com a hidroxicloroquina, o Brasil não estava assim”, opinou o professor.

Ao Diarinho, o professor afirmou que se desculpou com os alunos, dizendo que o assunto não era pertinente à aula. Em nota, a universidade afirma que não indica nem instrui “que seu corpo funcional, administrativo ou docente, recomende qualquer tipo de medicamento ou tratamento para a sua comunidade acadêmica. Qualquer eventual iniciativa neste sentido, se existente, trata-se de posição pessoal e isolada, sem qualquer endosso ou respaldo institucional”, ressaltou.