O prefeito de Serra Talhada Luciano Duque (PT), se segurou muito, mas – a pouco menos de um ano das eleições – começa a encampar o discurso eleitoral contra o governador Eduardo Campos (PSB) e a favor do Governo Federal. Durante entrevista a uma rádio local, neste sábado (9), o gestor – que sempre procurou pisar em ovos ao falar de Eduardo na imprensa – perdeu o medo e abriu o verbo dizendo que o chefe do executivo estadual deveria parar de criticar a gestão da presidente Dilma Rousseff e mostrar o seu projeto para o País.

Frente à possibilidade do governador sair candidato à presidência em 2014, Duque cutucou Eduardo afirmando que a visão crítica do socialista diante o Governo Federal é uma “avaliação tardia”, pois “sempre ouvi ao longo desses anos todos Eduardo Campos defender o modelo de governo Lula e Dilma”. Para Duque, se não fosse o PT, Campos não teria conseguido ajudar Pernambuco a crescer. E ironizou, em tom de campanha eleitoral: “Então eu pergunto ao povo de Pernambuco: quem foi que mudou?”.

Segundo o prefeito de Serra Talhada, “nunca na história do município”, a cidade foi tão atendida por investimentos federais. “E, por conta disso, esse modelo que fez Pernambuco mudar tem que continuar. É preciso Eduardo mostrar qual o projeto que ele tem para o País, porque só criticar não é o melhor caminho. Mas esse modelo que ele critica, possibilitou a Pernambuco implantar um polo petroquímico, refinaria de petróleo, vários estaleiros, a maior fábrica da Fiat da América Latina e a Hemobrás”, elencou Luciano Duque, sem dó e nem piedade.

Empolgado, o prefeito descambou–se em elogios à Dilma e à Lula, além de defender fervorosamente os programas sociais do PT, como o Bolsa Família. “Esse governo foi o que olhou para os desvalidos, mudou e desenvolveu esse País. Não adianta dá dinheiro a rico, porque só vai para o banco, já para o pobre, não, se transforma em investimento. Então, vamos permanecer no rumo certo”, conclamou o gestor, como um cabo eleitoral. Luciano disse ainda que o Bolsa Família foi a “grande lição que Lula deixou” e terminou o discurso desdenhando da possível candidatura de Eduardo Campos.

“Eu ouvi de Lula essa semana o seguinte: não vamos brigar com Eduardo e nem bater nele porque ele está no mesmo campo que a gente, pois tudo indica que a disputa seja mesmo com o Aécio Neves. Não temos dúvida de que Eduardo Campos irá marchar, num possível segundo turno, do nosso lado e estaremos novamente defendendo os interesses maiores do povo brasileiro”.