Publicado às 20h10 desta terça (12)

Fotos: Celso García/Farol

Um dos coordenadores de articulação com os movimentos populares e LGBTQIA+ do diretório municipal do Psol, Éliton Oliveira, abriu o verbo contra o vereador governista Vandinho da Saúde diante a apresentação do projeto de lei, na Câmara Municipal de Serra Talhada, que proíbe banheiros multigêneros na cidade. Éliton fez também um lamento público sobre o governo Márcia Conrado pelo fato de a gestora ter sancionado a lei, considerada homofóbica, quando poderia ter vetado. A entrevista ‘bomba’ foi concedida nesta terça-feira (12), ao jornalista Giovanni Sá, no programa Falando Francamente, na TV FAROL no YouTube.

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“Ele [Vandinho] ligou para mim, antes dessa lei, eu tenho o áudio no meu celular ele me pedindo opinião do que eu achava desse projeto e eu expliquei da necessidade do projeto, expliquei o motivo que a gente pedia esse banheiro. Não é obrigatório a construção desse banheiro, mas é lei. Quando foi em outro momento que eu estava na Câmara de Vereadores cobrando alguns benefícios na Cagep que eu sou um militante comunitário daquela região da Cagep, Tancredo Neves, São Cristóvão e Universitário. Ele junto com o advogado, na minha frente, acho que foi uma armada, não estou afirmando porque não tenho certeza. Ele disse que o projeto tinha sido vetado, que não tinha argumento para ser aprovado”, revelou Éliton.

“ELE QUIS QUE EU DORMISSE O SONO DOS INOCENTES”

“Naquele momento, ele estava tentando mostrar que não era homofóbico, tirou uma foto comigo porque a gente é amigo. Teve uma conversa comigo, eu tenho gravada, disse a mim que não ia lançar essa lei. Ele quis o que? Ele quis que eu dormisse o sono dos inocentes e por debaixo dos panos, eles lançarem a lei. Até porque eu disse a ele: se você levar a lei, eu não vou ficar quieto, vou cair em cima porque está me ferindo”, disse Éliton Oliviera.

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“NÃO CONVIDARAM O NOSSO MOVIMENTO”

“Vandinho e Márcia Conrado não nos representa. A Câmara Municipal de Vereadores de Serra Talhada hoje, depois desse ato tomado por eles em unanimidade, levou todos nós da classe LGBT a acreditar que eles também tomaram atitudes homofóbicas preconceituosas. Eles não levaram à Câmara, eles não convidaram o nosso movimento, eles não convidaram o grupo LGBT para estar presente. Como a gente consegue viver hoje, tratando de nós sem ter a nossa presença? Vandinho não sabe nem dizer o nome do banheiro. Eu tenho um áudio dele falando banheiro transgenerico, ele não sabe nem dizer o nome do banheiro”, afirmou Éliton.

“AONDE VANDINHO É DA SAÚDE?”

É um projeto de lei que ele está usando um ideologia ainda protestante dele, ele está usando a ideologia da extrema-direita se utilizando de coisas que estão acontecendo no Sul como aquele exemplo da Mc Donald, como uma lei que foi barrada em Sorocaba, em São Paulo. Ele está apenas querendo aparecer, é isso que Vandinho sabe. Primeiro, Vandinho da Saúde, Vandinho da Saúde de onde? Aonde Vandinho é da Saúde? Eu posso lhe dizer e muita gente porque tem um exame e uma consulta e uma cirurgia, isso aí não é Vandinho da Saúde, isso aí é Vandinho que usurpou o direito do povo de ter seu exame, sua consulta, sua cirurgia dentro do postinho, dentro da regulação tenha que ter na mão dele e de outros vereadores”, disparou o presidente do Psol.

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“EU FALEI PARA ELE, AGORA É PESSOAL”

Vandinho para mim hoje, eu falei num áudio com ele, que a partir desse momento, a questão agora era pessoal. Eu não queria mais papo com ele porque ele é falso, ele é homofóbico, ele é racista, ele é um anticristão que usa o nome da igreja evangélica para se safar. Logo agora a pouco, ele criticou o movimento MST, chamou a gente de ladrão, chamou a gente de vagabundo. Em áudio ele disse que nossos representantes andam em carro zero, mas esquece que o pastor presidente da igreja dele anda de carro blindado, que tem salário de quase R$ 200 mil. O pastor local da Assembleia de Deus de Serra Talhada tem um salário altíssimo”, apontou Éliton.

“NÃO ESPERÁVAMOS QUE MÁRCIA FOSSE SANCIONAR”

“A indignação foi muito grande. Nós não esperávamos que Márcia, uma prefeita que se diz esquerda, que se diz petista fosse sancionar uma lei de imediado. Decepção é uma palavra pequena, nós estamos indignados com ela porque ela mentiu esse tempo inteiro como se ela fosse uma petista e ela não é uma petista. Isso é uma ideologia de esquerda defender as minorias, de defender as classes e qual foi a atitude da nossa prefeita, atitude de sancionar uma lei na surdina da noite, a prefeita sancionou a lei e a gente veio saber já estava sancionada sem consultar o movimento LGBT. Nós também fazemos parte de uma sociedade, nós também votamos, nós pagamos impostos e somos seres humanos e a constituição nos dar esse direito de ser humano e ter liberdade. Existe uma lei do STF que criminaliza esse tipo de atitude de Vandinho”, alertou Éliton.

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“PREFEITURA COM BOLSONARISTAS”

“Então, a prefeita vem obedecendo ordens da extrema-direita. Infelizmente, a nossa prefeitura hoje está repleta de esquerda, de bolsonaristas e a prefeita está lá acatando todas as leis que vão na contramão ao que nós pregamos, a nossa ideologia, a nossa luta e infelizmente Márcia Conrado, para não usar aquela palavra bem chula, ela realmente vacilou muito com a classe”, disse o presidente do Psol.