Da Revista Fórum
O uso de medicamentos do “Kit Covid”, como cloroquina e hidroxicloroquina, fez dispararem as notificações por efeitos adversos em 2020 em relação ao ano anterior, de acordo com reportagem de Leandro Prazeres e Paula Ferreira, em O Globo.
Pelo menos nove mortes foram registradas após março de 2020, com o surgimento da pandemia do coronavírus. No caso da cloroquina, amplamente defendida e recomendada por Jair Bolsonaro, o aumento nas notificações por efeitos adversos foi de 558%.
As informações estão incluídas em estudo feito pelo Globo, baseado no Painel de Notificações de Farmacovigilância mantido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O crescimento foi registrado, também, em relação a outros medicamentos do chamado “Kit Covid”, composto por remédios sem eficácia comprovada contra a Covid-19.
A comparação entre 2019 e 2020 aponta, ainda, alteração no ranking das substâncias mais notificadas. Em 2019, a cloroquina estava na sétima posição na lista dos medicamentos responsáveis por notificações de efeitos adversos. Em 2020, passou à primeira colocação.
Os medicamentos
O “Kit Covid” é fornecido pelo governo Bolsonaro a estados e municípios. O levantamento do Globo considerou os remédios cloroquina, hidroxicloroquina e sulfato de hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina, todos defendidos pelo presidente e que não têm eficácia contra a Covid-19.
As notificações por efeitos adversos pelo uso da cloroquina saltaram de 139, em 2019, para 916, em 2020, variação de 558%. Outros medicamentos que apresentaram crescimento no número de notificações de efeitos adversos foram a hidroxicloroquina e o sulfato de hidroxicloroquina.
Em 2019, não houve notificação desses remédios. Porém, em 2020, ocorreram 168 notificações. A azitromicina subiu de 25, em 2019, para 82, variação de 228%. E a ivermectina, que não teve notificação em 2019, chegou a 11, em 2020.
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