A proposta de Reforma da Previdência do governo Michel Temer (PMDB) não é criticada apenas pela oposição ou centrais sindicais, mas gera insatisfação na base governista. Sete deputados federais – em sua maioria de partidos aliados a Temer – apresentaram emendas ao projeto da gestão peemedebista. A proposta do governo federal ainda é condenada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O deputado federal Betinho Gomes (PSDB) apresentou três emendas. Ele quer  que a idade mínima para a aposentadoria seja diferente entre trabalhadores rurais e urbanos, propõe um tempo de contribuição total de 40 anos – em vez dos 49 defendidos por Temer – e defende que a pensão por morte não seja inferior a um salário mínimo. “A Previdência tem um papel de seguridade, de proteger as pessoas”, destaca.

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Para Daniel Coelho (PSDB), autor de uma emenda,  é preciso encontrar uma terceira via.

“Hoje, há duas propostas. A da oposição, que é para manter o sistema atual, dos privilégios, e a do governo, que é o endurecimento de um sistema errado. A gente  propõe um modelo completamente novo que é para pessoas que nasceram a partir do ano 2000. Com essas pessoas, que ainda não entraram no sistema previdenciário, há condições de tratar todos de maneira igualitária porque não há direito adquirido”, afirma.

Com uma emenda apresentada, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) diz que se guiará segundo  sua consciência.

“São várias discordâncias, principalmente no que diz respeito à idade mínima (o governo Temer propõe idade mínima de 65 anos para homens e mulheres poderem se aposentar). Os parlamentares devem votar de acordo com  o que foi falado para o eleitor na campanha. Não podemos aceitar que um cortador de cana se aposente com a mesma idade de um profissional liberal e nem admitir que um policial fique até os 65 anos trocando tiros. A idade de aposentadoria da mulher não deve ser igual a do homem”, avalia.

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Danilo Cabral, deputado federal pelo PSB, partido do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, apresentou quatro emendas e é um dos mais críticos à reforma proposta.

Já André de Paula (PSD), do partido do ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), quer que os benefícios previdenciários nunca sejam inferiores a um salário mínimo.

Gonzaga Patriota (PSB) e Cadoca (PDT) apresentaram uma emenda cada. “Vou votar a favor da reforma, mas explicitei na minha emenda o direito adquirido dos parlamentares vinculados ao Plano de Seguridade Social dos Congressistas”, afirma Cadoca.

Na última terça-feira, a OAB organizou uma ato contra a Reforma da Previdência junto a mais 160 entidades em Brasília. O presidente da OAB-PE, Ronnie Duarte, participou do evento.

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“Somos contra essa reforma. Está sendo feita de maneira açodada, sem ouvir a sociedade. Vai ter uma massa de trabalhadores  rurais, que têm uma expectativa de vida mais baixa, que vai contribuir sem nunca receber.  A desigualdade precisa ser corrigida”, opina.

Do JC Online