Do Diario de Pernambuco 

Preocupado com o posicionamento do ex-presidente Lula (PT) em defesa da revogação da reforma trabalhista, Geraldo Alckmin avalia descartar a aliança com o petista para o pleito de 2022. Alckmin era cotado como vice de Lula e os dois, que eram adversários declarados, chegaram a trocar elogios nos últimos meses.

A preocupação com o tema foi expressada pelo ex-tucano ao presidente do Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força (SP), durante café da manhã entre os dois nesta segunda-feira (10), na capital paulista. O sindicalista aproveitou a ocasião para convidar o ex-tucano para se filiar à legenda. Segundo o político, a conversa já tinha sido abordada antes e, agora, “é só aguardar”.

Nos últimos dias, Lula e alas do PT, como a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR), defenderam nas redes sociais a completa revogação da reforma trabalhista. “Está na hora de revogar o que deu errado: Lei do Teto, a reforma que não gerou empregos, política de preços dos combustíveis. Deter a privatização selvagem e rever os contratos lesivos ao país”, declarou Hoffmann.

Aliança Lula-Alckmin

Adversários históricos, a possibilidade de aliança entre Lula e Geraldo Alckmin gerou críticas nas alas mais radicais da esquerda e dos eleitores da chamada centro-direita. Isso porque os dois políticos já tiveram desavenças e teriam agendas conflitantes em relação às demandas do país.

O movimento para unir os políticos partiu do PSB, que filiaria o ex-tucano e estuda formar uma federação com o PT na eleição de 2022. No entanto, para isso, as siglas teriam que unificar candidaturas a governador em cinco estados. O cenário mais difícil é o de São Paulo, em que Márcio França (PSB) e Fernando Haddad (PT) pretendem se candidatar ao governo.

Ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin se desfiliou do PSDB em dezembro após mais de 33 anos no partido. Ele entregou uma carta de desfiliação ao diretório municipal da legenda que ajudou a fundar. Pelas redes sociais, ele anunciou a despedida e falou sobre “novo tempo”. Porém, até agora, o futuro político dele ainda é incerto.