Numa entrevista em que se exaltou bastante, nesta sexta-feira (16), na rádio Serra FM, o prefeito Luciano Duque (PT) elevou o tom de voz ao discutir vários assuntos de interesse da população de Serra Talhada. Dentre eles, o fato da cidade não mais possuir representante atuando na Câmara dos Deputados. O assunto deu mote para cutucadas e recados ‘mal criados’ ao deputado licenciado e secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira (PR).

Duque, que cogita sair do PT em breve, disse que só aguarda um ‘cavalo selado’ para subir e galopar rumo a Brasília visando tirar o município do que tachou de “orfandade” política. Durante quase toda a entrevista, o prefeito lançou claros ‘torpedos’ contra Sebastião, em sua maioria, sem citar o nome dele diretamente. No entanto, sobre candidatar-se em 2018 para bater chapa com ‘Sebá’, o prefeito não tergiversou.

“Ele (Sebastião) está muito preocupado com a minha vida. Ele se preocupe com a reeleição dele. O meu caminho quem vai definir é o povo de Serra Talhada. Na política, é como eu disse: o cavalo quando passa selado você não pode deixar de aproveitar a oportunidade. Se eu quero ser deputado federal, eu vou ser deputado federal e servir a minha terra. Serra Talhada está sem deputado, nós estamos órfãos”, disparou. Duque também aproveitou o tema para ressuscitar um assunto que lhe serviu de ‘arma’ durante as eleições 2016.

“Temos um pré-posto de deputado federal que é Fernando Monteiro. Inclusive, o gabinete dele tem um monte de gente que mora aqui em Serra Talhada e que deveria estar trabalhando em Brasília. São os afilhados de Sebastião. Mas são as arrumações políticas, ele cobra tanta seriedade e o povo dele está tudo empregado no gabinete de Fernando Monteiro e sem trabalhar. Fernando Monteiro não é deputado de Serra Talhada”, sapecou o prefeito.

COMPARAÇÃO

Luciano fez questão ainda de diferenciar sua situação com a de Sebastião Oliveira, quanto a possibilidade deixar o cargo de prefeito para disputar uma vaga na Câmara em Brasília.

“Se eu assumir o compromisso de ser deputado federal, estou abrindo mão do mandato de dois anos de prefeito e vou representar Serra Talhada e toda região e o povo que votar e me eleger. Se esse for o caminho, é diferente. Você se elege deputado federal e vai para uma secretaria de estado e poderia estar brigando pelas coisas de Serra Talhada. Vamos brigar pelo matadouro, brigar pelo saneamento de Serra que é obrigação da Compesa, brigar para trazer indústrias”, disse o prefeito, provocando:

“Mas quando ele (Sebastião) saiu candidato a prefeito dizia: ‘vou trazer um distrito industrial, vou trazer indústria para Serra Talhada’. O que é que impediu ele ser deputado ou ser prefeito de trazer essas indústrias, esse desenvolvimento, nada impede. Só traria se fosse prefeito? Ou é um engodo, um discurso político como o outro (Victor Oliveira) lá fala: ‘no outro dia o Samu estaria funcionando’ e Serra Talhada ia para a falência, porque R$ 6 milhões/ano não dá para uma prefeitura bancar um sistema de atendimento de ambulância para 35 municípios”.