A estiagem, que já dizimou metade do rebanho bovino em Serra Talhada, começa a provocar conflitos na zona rural em virtude da má distribuição de água por carros-pipas. Agricultores procuraram a redação do FAROL DE NOTÍCIAS, nesse domingo (13), para denunciar privilégios, segundo eles, praticados pela coordenação da Defesa Civil de Serra Talhada.

“Meu pai mora na Fazenda Salinas e está desde novembro implorando por um pipa d’agua para abastecer a sua cisterna. Eu mesma liguei para o coordenador (Patrício Ferraz) e não obtive resposta. Existem várias famílias nesta região que estão sofrendo sem água e ninguém faz nada”, desabafou Roseane Pereira Valões, filha do agricultor Rivaldo Valões.

Segundo ela, os moradores do entorno estão colocando em risco a saúde consumindo água de péssima qualidade. “A água que estão consumindo não presta nem para banho, pois estão pegando de açude onde os animais também utilizam”, declarou Roseane Valões, acusando a Defesa Civil de privilegiar pessoas no abastecimento. “Às margens da PE-390, nas Salinas, tem um bar que nunca se preocupou com a falta d’água porque está sempre abastecido. Isto é privilégio”, reforçou.

OUTRO LADO

FAROL procurou o coordenador da Defesa Civil, Patrício Ferraz, para comentar a denúncia. Segundo ele, existem 35 carros-pipas distribuindo água na zona rural e não há orientação em privilegiar ou discriminar pessoas. “Isto não procede de jeito nenhum. Nas Salinas, por exemplo, nós orientamos os motoristas para abastecer algumas cisternas e avisar aos demais agricultores que a água está a disposição. São muitas famílias e esta operação é feita em sistema de rodízio”, se explicou Ferraz. Ele se comprometeu a investigar o caso do agricultor Rivaldo Valões, que não recebe água desde novembro de 2012.