A população da zona rual de Serra Talhada vem correndo perigo pelo mal uso da água. Segundo a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), pipeiros estão colocando em risco a saúde de  pessoas, por não saberem como proceder com a purificação do líquido para o consumo.

Agricultores procuraram o FAROL para denunciar que, no período em que 25 carros-pipas estavam distribuindo água na zona rural da cidade, sob a supervisão do Exército Brasileiro,  a coleta da água era realizada diretamente da barragem da cidade. Depois, os pipeiros apenas jogavam pastilhas de cloro nos tanques dos caminhões e serviam o líquido à população. Esta informação foi passada pelo FAROL à gerência da Compesa, que ficou surpresa com a notícia.

“Estou sabendo agora que isto está acontecendo e  esse procedimento não está correto”, alerta o químico Augusto César Lima, gerente regional da Companhia de Abastecimento. Segundo ele, a pastilha de cloro não garante 100% o tratamento da água. “Não garante a total desinfecção do líquido, uma vez que precisa ser feito toda uma análise bacteriológica e físico-química da água”, explicou.

Pastilhas não matam cistos

“A pastilha não ataca, por exemplo, eventuais cistos de vermes que possam existir na água”, concluiu o químico Augusto Lima. Ele não entendeu os motivos que levaram os pipeiros a captarem água no reservatório  Cachoeira II. “Os carros-pipas do IPA fazem a captação da água totalmente tratada diretamente da Compesa. Iste é o procedimento ideal”, reafirmou.

Após a desativação da operação carro-pipa coordenada pelo Exército, muitos agricultores se arriscam a consumir uma água ainda de pior qualidade, com tratamento zero. Segundo Patricio Ferraz, coordenador da Defesa Civil, isto vem ocorrendo a cerca de 20 km de Serra Talhada, na região de Santa Sé e Pitombeiras. “Nessas regiões, tem gente pegando uma água amarelada direto do barreiro. Mas parece uma laranjada. É tudo para consumo”, lamenta. Ele disse que fez contato com o Governo Federal nesta quarta-feira (2) soliciando o retorno dos carros-pipas para Serra Talhada.

Médico alerta para doenças 

O médico Cícero Simões, que atende em Serra Talhada, concorda com o químico da Compesa de que água servida para população merece passar por um procedimento mais adequado de purificação. Segundo ele, consumir o líquido sem o tratamento devido, pode causar diarreia, vômitos, dores abdominais e febre. “Após esses quadros, o resultado passa a ser uma forte desidratação, por isso é preciso ter cuidado com a água que se bebe”, alertou. 

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