Para diminuir os índices de analfabetismo em Serra Talhada, que bateu o teto de 20,3% dos jovens acima de 15 anos de idade, o Governo do Estado implantou o programa de educação popular Paulo Freire. A tática é simples: o estado paga R$ 400 a professores que caem em campo para formar turmas de analfabetos. As aulas acontecem em escolas, igrejas e até garagens  e os alunos ainda recebem uma bolsa de R$ 100.

Apesar do estímulo, o cansaço após um dia de trabalho e a distância até a escola costumam serem usados como desculpas por aqueles que preferem ficar na ignorância. “Aqui não tem nenhum núcleo de alfabetização e o mais próximo fica na escola Methódio Godoy, na Cohab.

A maioria das pessoas do bairro trabalham na cerâmica e chegam cansadas. Muitos alegam não ter condições de caminhar até a escola”, disse Regina Gualberto, presidente da Associação dos Moradores do Mutirão. Ela disse que já cobrou da prefeitura a instalação de um núcleo no bairro. “Poderia funcionar aqui no prédio do Sopão”, sugeriu Regina.

Segundo números do IBGE, ainda existem 12.653 analfabetos na Capital do Xaxado. Entretanto, de acordo com Rejane Eliodoro, coordenadora do programa Paulo Freire em Serra Talhada, 2.632 estão matriculados e assistem aulas três vezes por semana sendo duas horas de aula por dia. “Os alunos são muito interessados e no final do ano divulgamos um balanço do aprendizado”, declarou. Já a prefeitura conseguiu matricular apenas 482 alunos em 2013.