Publicado às 18h28 desta quarta-feira (27) – Atualizado às 18h40

Do Blog Ricardo Antunes 

Por Danilo Duarte – A investigação da Polícia Federal, que resultou na prisão do Prefeito de Água Preta, Noé Magalhães (PSB), destacou entre outras denúncias, o resultado das análises obtidas através do Relatório de Inteligência Financeira, RIF 78.744, o qual aponta que o motorista Georgeano Mendes da Silva, natural de Serra Talhada, fez diversos depósitos em espécie na conta de Douglas Henrique, o Dodô, entre 30 de março e 16 de agosto de 2022.

Entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2023, Georgeano foi funcionário comissionado da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), mais especificamente no gabinete do então deputado estadual, Clodoaldo Magalhães, irmão do Prefeito Noé. Somente através do motorista, o esquema movimentou R$ 1,7 milhões, inclusive dentro de períodos eleitorais, em 2020 e 2022. Atualmente, Magalhães é Deputados Federal e líder do PV na Câmara dos Deputados. Ele não retornou os nossos telefonemas.

Para os investigadores, “as observações contidas na comunicação relativa à conta de Georgeano Mendes destacam ‘volume movimentado acima da capacidade financeira declarada, movimentação com montante significativo em espécie’, inclusive por meio de ‘saques no caixa’, rápida movimentação dos recursos em conta’, características típicas de uma conta de interposta pessoa que empresta para trâmite de recursos espúrios”.

Funcionários da Alepe relataram ao nosso site que o motorista é conhecido como “matuto” e vendia queijo coalho, carne de sol, carne de bode e linguiça nas dependências da Assembleia para complementar a renda. Nossa equipe vai seguir acompanhando o desenrolar dessa investigação. Os citados na matéria seguem em silêncio, mas o espaço para se manifestarem segue aberto no nosso site. É o chamado O Outro Lado, já que ninguém pode ser declarado culpado antes, só trânsito e julgado.