Da Revista Fórum
O cantor bolsonarista Bruno, que faz dupla com Marrone, se tornou alvo nesta segunda-feira (29) de um pedido de prisão preventiva protocolado pela Associação dos LGBTIQA+ junto ao Gecradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
O motivo é o fato do sertanejo ter sido transfóbico coma repórter trans da RedeTV!, Lisa Gomes, em 12 de maio, quando a constrangeu em rede nacional, ao vivo, durante uma entrevista.
Sem o menor constrangimento e em tom jocoso, Bruno perguntou gritando se a jornalista “tem pau”. Completamente humilhada, Lisa ainda responde “como assim?” para Bruno, que fala ainda mais alto “pau, pau”.
Após o ocorrido, Lisa se pronunciou publicamente afirmando que “está à base de calmantes” desde o episódio, e que “se sentiu um lixo” com o que ouviu.
Diante da péssima repercussão, Bruno foi às redes sociais para pedir desculpas. A Associação dos LGBTIQA+, entretanto, entrou com uma denúncia contra o cantor no MP-SP, que ensejou a abertura de uma ação criminal. Agora, a entidade pede para que o Gecradi, órgão do MP, determine a suspensão das atividades musicais de Bruno por 90 dias com uso de tornozeleira ou prisão preventiva pelo fato de que o artista seria reincidente na prática de transfobia.
“Tomamos conhecimento que o Bruno já não é mais primário. Ele é reincidente por crime semelhante e indenizou a vítima em R$10 mil. A impunidade é muito grave porque dá possibilidade a ele e aos seus ‘parças’ de fazerem o mesmo. Então, representando a Associação dos LGBTIQA+, optamos por tomar uma medida mais drástica. Será que ele está fazendo por maldade ou achando que pagando R$10 mil vai resolver e ficar impune?”, disse, em entrevista ao site da Quem, o advogado Ângelo Carbone, que representa a Associação dos LGBTIQA+.
“Ele já cometeu crime semelhante e não deu nada. Pagou R$10 mil e nada ocorreu. Agora fez de novo e não vai dar em nada? Uma mesa para assistir a um show dele custa R$100 mil. O que é R$10 mil para ele? Daqui a pouco eles não vão só agredir, vão matar os LGBTs! Não podemos aceitar! Será que é justo permitir que pessoas como esse sujeito fiquem impunes?”, questiona ainda o defensor.
Relembre o caso
O cantor Bruno, da dupla com Marrone, cometeu um ato transfóbico, para além de grotesco e desrespeitoso, com a repórter Lisa Gomes, da programa ‘TV Fama’, da RedeTV!, que é mulher trans. O fato ocorreu na noite de sexta-feira (12), antes da apresentação dos sertanejos, na casa noturna Vila Country, em São Paulo.
A entrevista estava prestes a começar quando o artista, sem o menor constrangimento e em tom jocoso, perguntou gritando se a jornalista “tinha pau”. Completamente constrangida, Lisa ainda responde “como assim?” para Bruno, que fala ainda mais alto “pau, pau”.
O registro da vergonhosa atitude do sertanejo foi feito por uma pessoa, com um celular, antes mesmo do cinegrafista da RedeTV! iniciar a gravação da entrevista. Lisa afirmou que “está à base de calmantes” desde o episódio, e que “se sentiu um lixo” com o que ouviu.
A repórter informou que estuda a possibilidade de processar o cantor, sobretudo por conta da pressão que está recebendo da comunidade LGBTQIA+, que afirma que um episódio do tipo não pode passar sem que providências legais sejam tomadas.
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