A concessão da BR-232 é um dos maiores tabus políticos de Pernambuco e durante muito tempo causou atritos entre o governador Eduardo Campos (PSB) e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Em janeiro de 2006, ainda pré-candidato na campanha da qual saiu vitorioso, Eduardo Campos prometeu que nunca iria “privatizar” a BR-232, muito menos cobrar pedágio.
A efetiva cobrança ou não aos motoristas não foi esclarecida pela Secretaria de Governo (Segov), à frente do programa de PPPs de Pernambuco, bem como várias questões fundamentais sobre a concessão da BR-232, como valor estimado do contrato.
Procurada várias vezes pelo JC, a Segov não forneceu qualquer detalhe além da realização da consulta pública, que, de acordo com ela, será iniciada na próxima segunda-feira. “Segundo a lei das PPPs, a consulta pública é etapa para licitação do edital. E a partir dela todos os cidadãos tomarão conhecimento do projeto”, limitou-se a informar, em nota, a secretaria.
A Odebrecht Transport foi autorizada pelo Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas (CGPE), presidido pelo secretário de Governo, Milton Coelho, a realizar os estudos sobre a PPP.
De uma forma geral, a descrição do projeto, obtida através de pesquisas no Diário Oficial do Estado, é para a “implantação, recuperação, readequação, manutenção e operação do Portal Oeste e do trecho Recife (km 4,7) – Caruaru (km 129,9) da Rodovia 232 e de rodovias adjacentes, objetivando reduzir prazos e custos finais.”
A Secretaria de Governo, contudo, não esclarece o que é o “Portal Oeste”, muito menos quais são as “rodovias adjacentes” estudadas pela Odebrecht.
(Jornal do Commercio)
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