A praça da Academia das Cidades, no bairro Ipsep em Serra Talhada, amanheceu destruída na manhã desse domingo (17). Só numa madrugada, vândalos quebraram quatro bancos de concreto, três balanços e lixeiros. Não satisfeitos, eles deceparam várias árvores do jardim da praça, além de destruir a vidraça da guarita onde deveria abrigar um guarda municipal. Moradores do entorno reclamam da inexistência de vigilância. E revelam que a última vez que viram um guarda atuando na Academia foi no governo Carlos Evandro. A Polícia Militar também foi criticada.
“Porque eles (a PM) fazem ronda aqui só até 22 horas. Depois desse horário é difícil aparecer viatura. Mas é justamente após esse período que começa a destruição, o consumo de drogas e o sexo explícito aqui. Certa noite eu não estava aguentando mais a baderna e fui reclamar de um casal que estava fazendo relações no meio da praça. E disse que ia chamar a polícia, a garotinha olhou para mim e respondeu que carro de polícia para ela já era quarto de motel”, desabafou a costureira Maria do Socorro Ferreira, 56 anos. Ela afirma que não sabe mais a quem recorrer. “A cidade está sem dono”, acredita.

RASTRO DE MEDO
No domingo, além da destruição, os vândalos deixaram um rastro de medo entre moradores e também de sujeira. Copos com bebidas e garrafas de cerveja – muitas delas estilhaçadas próximas aos brinquedos – foram encontradas pela reportagem do FAROL. Recentemente, uma briga entre facções rivais obrigou o mercadinho de José Eulânio fechar mais cedo. Ele possui o comércio há um ano e seis meses, e diz que a atuação de vândalos na praça está afastando clientes e afetando as vendas.
“Claro que afeta, pois fica todo mundo com medo. Já não existe guarda municipal faz mais de um ano, e depois das 22 horas a polícia sequer pisa aqui”, relata, afirmando que é comum a praça amanhecer com algum equipamento danificado devido a ação de vândalos. “Dessa vez eles atacaram os bancos e as palmeiras da praça. E da próxima vez, será as nossas vidas?”, questiona, com indignação.

“ACADEMIA DO CRACK”
A impressão que dá é que cada morador do entorno da Academia das Cidades no Ipesp guarda uma queixa diferente, mas sempre lamentando a ausência de fiscalização e o consumo de drogas. Alguns já planejam realizar um protesto para alertar as autoridades. Outros dizem que perderam a esperança.
“Deixei de trazer a minha filha para brincar a aqui por conta da insegurança. Agora, o meu jogo de dominó também está ameaçado, pois daqui a pouco vão quebrar essa mesa (onde joga). Isso aqui não deve se chamar mais Academia das Cidades, mas Academia do Crack”, disse um morador, pedindo anonimato.
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