Do Diario de Pernambuco
Os dois registros positivos da variante colombiana foram identificados em amostras que vieram de Cuiabá, que recebeu cinco jogos da Copa na Arena Pantanal. As amostras são referentes a dois homens, de 37 e 47 anos, que vieram do Equador e da Colômbia, respectivamente. Segundo o Adolfo Lutz, essa variante ainda não havia sido encontrada no Brasil.
A nova mutação foi detectada ainda no Equador, nos Estados Unidos, no Caribe e em alguns países da Europa. O instituto explicou que os vírus sequenciados possuem mutações “que podem estar associadas a um maior potencial de transmissão” e, por isso, a variante é considerada, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como de interesse. Desde o final de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divide as cepas como Variantes de Interesse (VOI) ou Variantes de Preocupação (VOC) — as de interesse são consideradas menos agressivas.
Além da nova variante detectada em dois casos positivos da Copa América, o Adolfo Lutz também sequenciou outras 10 amostras. Todas são referentes à variante Gamma (P.1), originada em Manaus, e agora predominante no Brasil. Em todo o torneio, 179 infecções pelo novo coronavírus foram confirmadas, sendo 36 delas entre jogadores e membros das delegações, 137 entre prestadores de serviços terceirizados e seis entre o pessoal da Conmebol, que inclui arbitragem, médicos e equipe logística. As quatro cidades que sediaram — Brasília, Cuiabá, Goiânia e Rio de Janeiro — os jogos confirmaram casos.
Segundo a pasta, 99,4% dos 28.772 testes de RT-PCR feitos nas passoas envolvidas com a competição deram negativo para a Covid-19. O Ministério da Saúde, porém, não comentou a descoberta da nova cepa. “O índice muito baixo de contaminação comprova que a Copa América no Brasil foi feita com segurança e não causou aumento de casos de Covid-19”, disse em nota.
Apesar da chegada na cepa inédita no país, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) — que produz a vacina Oxford-AstraZeneca no Brasil — confirmou que adiará para agosto a entrega das 100 milhões de doses da vacina, antes prometida para o final do mês. “Em razão das primeiras entregas terem ocorrido em março, pelas dificuldades iniciais do envio do insumo, e pela Fiocruz ter conseguido escalonar muito rapidamente a sua capacidade de produção, acima do calendário de envio de IFA previsto, o marco das 100 milhões de doses entregues deve ocorrer em agosto”, explicou. A fundação informou, ainda, que o ajuste “estava previsto” e não trará impacto para o Programa Nacional de Imunização (PNI), pois recebeu da Fiocruz cerca de 70 milhões de vacinas.