
Por Folha de Pernambuco
Donald Trump esboçou como seria um eventual segundo mandato de presidente, em uma entrevista publicada esta semana pela revista Time: mobilização do Exército para deportação em massa de migrantes, aval para que os estados proíbam o aborto e ajuda militar condicionada para os aliados dos Estados Unidos.
O magnata republicano, que deverá enfrentar o presidente democrata Joe Biden nas eleições de novembro, respondeu às perguntas em uma entrevista em duas partes, uma realizada em sua residência na Flórida e outra por telefone, sobre o que faria em caso de vitória.
Em relação à imigração, um dos temas centrais das eleições de novembro, o republicano repetiu que realizaria deportações em massa de migrantes ilegais.
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— A Guarda Nacional deveria poder fazer isso. Se não puderem, eu usaria o Exército — declarou à revista Time. — Eles não são civis. São pessoas que não estão legalmente em nosso país. Isso é uma invasão — enfatizou, após um entrevistador lembrar que as leis locais impedem o uso das Forças Armadas contra a população civil em solo americano.
Trump também garantiu que “não descartaria nada” em relação à criação de campos de detenção de migrantes, mas acredita que não serão necessários, porque seu programa de deportação terá êxito.
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— Não tenho que vetá-la porque agora tudo volta para os estados — disse o ex-presidente, em referência à sentença de 2022 da Suprema Corte, que pôs fim à proteção federal do direito ao aborto e devolveu essa competência aos governos estaduais.
Trump também não viu problema na possibilidade de os estados monitorarem a gestação das mulheres para garantir que a proibição do aborto seja respeitada:
— Acredito que poderiam fazê-lo.
O republicano também acredita que, caso a Coreia do Sul queira que os soldados americanos estacionados em seu território permaneçam, terá que pagar mais:
— Por que deveríamos defender alguém? E estamos falando de um país muito rico — pontuou. — Acredito que o inimigo interno é, em muitos casos, muito mais perigoso para nosso país que os inimigos estrangeiros como China, Rússia e outros.
Trump acrescentou ainda que está “absolutamente” disposto a indultar todos os condenados por invadir o Capitólio em 6 de janeiro de 2021, durante a tentativa de impedir que o Congresso certificasse a vitória de seu rival, Joe Biden, nas eleições.
— Acho que teremos uma grande vitória e não haverá violência (…) E se não ganharmos, você sabe, depende. Sempre depende da imparcialidade das eleições.
A Time voltou neste assunto em uma entrevista telefônica posterior:
— Não acredito que sejam capazes de fazer as coisas que fizeram da última vez — disse Trump.