A União arrecadou R$ 129,615 bilhões em julho, um crescimento real (descontada a inflação) de 12,83% comparado a igual mês do ano passado. É o maior valor para o mês desde 2011, que foi de R$ 137,375 bilhões. No ano, a arrecadação chega a R$ 843,870 bilhões, com expansão de 7,74% em relação a igual período de 2017. Os números foram divulgados nesta quinta (23) pela Receita Federal.
As receitas administradas pela Receita Federal chegaram a R$ 118,723 bilhões, com crescimento real de 8,38%, em julho. É o maior valor para o mês desde 2013. De janeiro a julho deste ano, o valor ficou em R$ 808,032 bilhões, com alta de 6,38% (crescimento real).
Segundo a Receita, o resultado pode ser explicado, principalmente, pela melhora do resultado das empresas e na redução de suas compensações de débitos, levando ao crescimento na arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de empresas não financeiras, de 28%. Em julho deste ano, o IRPJ/CSLL chegou a R$ 24,220 bilhões, contra R$ R$ 18,922 bilhões em julho de 2017.
Produção industrial
No mês passado, houve recuperação da produção industrial, que havia caído em junho, influenciada pela paralisação dos caminhoneiros. A produção industrial em julho cresceu 3,51% em comparação com o julho de 2017. No mês de junho, a queda chegou a 6,67%, em comparação com o mesmo mês de 2017. O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros, Claudemir Malaquias, explicou que “os efeitos do movimento de maio vão se dispersar, mas ainda não se consegue prever o quanto vai ser possível se recuperar ao longo do ano”.
A arrecadação de Imposto sobre Produtos Industrializados registrou alta de 12,38% em julho na comparação com igual mês de 2017. Foram arrecadados R$ 3,243 bilhões. O desempenho foi influenciado ainda pelas receitas não administradas pelo Fisco, incluindo royalties do petróleo, que cresceram 103,95% na mesma comparação, saltando de R$ 5,111 bilhões em julho de 2017 para R$ 10,891 bilhões no mesmo mês desse ano.
Houve também crescimento de 38,57% na arrecadação sobre o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRRF) de residentes no exterior, em comparação com julho do ano passado. Em julho deste ano, o montante chegou a R$ 2,987 bilhões.
Além disso, a recuperação da atividade e o aumento da arrecadação com programas de regularização tributária influenciaram o resultado. Com esses programas, a Receita arrecadou R$ 14,590 bilhões até julho. No mesmo período de 2017, o valor foi de R$ 4,347 bilhões.
Também houve impacto do aumento das alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre combustíveis, em vigor desde o fim de julho do ano passado. De janeiro a julho, a arrecadação chegou a R$ 17,848 bilhões, contra R$ 8,426 bilhões no mesmo período de 2017.
Cobranças
As ações de cobrança de contribuições previdenciárias em atraso e depósito judiciais também contribuíram para o aumento da arrecadação. No período de janeiro a julho de 2018, foram R$ 60,8 bilhões. Esse resultado é 12,9% superior ao mesmo período de 2017.
Por outro lado, houve redução na arrecadação sobre o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRRF) sobre rendimentos de capital. Em julho, a arrecadação do IRRF sobre rendimentos de capital foi de R$ 3,169 bilhões, com queda de 13,85%. No sete primeiros meses, a arrecadação chegou a R$ 29,487 bilhões, com queda de 16,11%.
Segundo a Receita, a massa salarial (soma dos salários na economia) caiu 0,46% em julho (fato gerador para o mês de junho), atualizado pela inflação oficial, houve queda real de 4,64% dos salários. “A massa salarial apresenta valor negativo, apesar do crescimento positivo do emprego. Acreditamos que o bolo [valor] dos salários esteja em patamar inferior do que era no ano passado, independente do número de empregos”, explicou Malaquias.
A arrecadação das contribuições para a Previdência Social cresceu 3,76% em julho na comparação com o mesmo mês de 2017, chegando a R$ 32,962 bilhões.