Vendedor ambulante de Serra Talhada leva prejuízo em Missa do Vaqueiro

Foto: Gazeta do Cariri

Publicado às 04h52 desta sexta-feira (19)

Um vendedor de bebidas de Serra Talhada sofreu um grande prejuízo de pelo menos R$ 4,6 mil após investir suas economias e realizar um empréstimo para ir trabalhar na 52ª Missa do Vaqueiro em Serrita, a 125 km da capital do xaxado. Pedindo que sua identidade não fosse revelada, o comerciante buscou a reportagem do Farol de Notícias para desabafar sua indignação com a desorganização do evento que não informou que seria liberada a entrada de bebida para o público.

“A gente teve um prejuízo, pagamos uma barraca de R$ 3 mil, ninguém comentou que poderia entrar com bebida no evento. Quando foi a primeira noite todo mundo com cooler, bebida, tudo que a gente estava vendendo lá. Traduzindo, tivemos prejuízo, eu mesmo tive um prejuízo de pelo menos R$ 4.600 entre barraca, comida e frete”, disse o vendedor indignado:

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“Depois o prefeito foi lá dizendo que ninguém ia pagar mais nada, sendo que já tínhamos pago a barraca e ele iria reembolsar. Agora após a festa a gente vai na prefeitura para saber e o pessoal só diz que o prefeito não está. Mais prejuízo para ir até lá, com passagem, gasolina e nada. Os organizadores da festa dizem que vão fazer reunião, mas até agora nada. Eu tirei R$ 1.500,00 do meu cheque especial para investir”.

PREJUÍZO EM OUTRAS CIDADES

Outro vendedor de lanches foi de Salgueiro para participar do evento produziu 800 coxinhas para fritar na hora e vender nos três dias, chegou a vender apenas 60 unidades. Mayron da Silva, de 26 anos, disse que teve um prejuízo total de R$ 7.500,00 entre mercadorias, frete e o espaço comprado para trabalhar no evento que seria R$ 800,00, mas pagou apenas R$ 500, pois os organizadores silenciaram após a festa.

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Vendedor ambulante de Serra Talhada leva prejuízo em Missa do Vaqueiro

“Eu sou de Salgueiro trabalho vendendo lanches, fiz 800 coxinhas para vender lá. Mungunzá, caldo, cachorro quente mesmo só vendi 2, no meio da festa peguei uma estufa e fui mais para frente perto de umas mesas e consegui vender 60 coxinhas. Tinha vendedor do meu lado chorando sem saber o que fazer. A organização no colocou ao lado do lugar que ficava os cavalos, sem iluminação, sem refletor. Quem ia querer comer ao lado de um estábulo com cheiro de cavalo?”, questionou Mayron, continuando:

“Isolaram a gente e tiveram outros vendedores que chegaram na última hora e entraram, ficamos por trás deles. Prometeram a gente uma praça de alimentação para comportar o evento que iria receber 70 mil pessoas, dava para todo mundo vender bem, mas por falta de organização tivemos foi prejuízo. Falaram que ia ressarcir 50% do prejuízo, mas até agora não deram retorno. Eu vou entrar com uma ação judicial contra a Prefeitura de Serrita”, afirmou o jovem empreendedor.

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OUTRO LADO

O Farol de Notícias buscou entrar em contato com a organização do evento através da Prefeitura de Serrita. De acordo com a organização da 52ª Missa do Vaqueiro em Serrita todas as informações do evento foram amplamente divulgadas pelas redes sociais e meios de comunicação da cidade e região e que a venda em eventos é um negócio de risco.

“É um negócio de risco, uns vendem e outros não. É normal, todas as informações foram amplamente divulgadas nas redes sociais, nós fizemos live, avisamos a todo mundo. Um evento daquele tamanho não tem como fechar. É um evento tradicional da cidade, muitas pessoas vão e entram com o cooler. Infelizmente umas pessoas ganham dinheiro e outras não, tivemos depoimentos de pessoas que venderam R$ 60 mil apenas de bode”, ratificou a organização.