Fotos: Alan Costa/Farol de Notícias
Publicado às 18h33 desta sexta (28 )
Quem lembra das pessoas que vendiam importados, relógios, joias e outras utilidades nas calçadas da Prefeitura de Serra Talhada? Naquele tempo, o comércio ocupava as ruas do Centro da cidade. Quando os vendedores ambulantes foram convidados a deixar o local, se sentiram ameaçados, protestaram, mas no final, cederam e foram transferidos para um outro local, planejado e com uma nova estrutura. A Feira Livre acolheu todos os ambulantes do centro da cidade.
Antônio Batista Feitosa (conhecido como Toinho Importados), 52 anos, é casado com Marcilene Araújo de Souza, 47 anos, e trabalha ao lado do esposo no comércio de importados. Eles são moradores do bairro São Cristóvão, têm dois filhos e fazem parte da história que iniciamos. Agricultor durante a juventude no Sítio Bom Sucesso, na zona rural de Serra Talhada, onde vivia, Antônio Batista contou ao Farol de Notícias na última quinta-feira (20), que assim como muitos, tentou a sorte em São Paulo por várias vezes. Na última investida, tomou a decisão de não voltar mais, foi quando começou a vender importados na calçada da Prefeitura Municipal, em uma banquinha pequena, em 1997.
“Acho que São Paulo não era para mim. Eu cheguei e disse: ‘Agora vai ser aqui mesmo’, e de lá para cá não saí mais de Serra Talhada. Trabalhei um bom tempo na porta da prefeitura, quem entrasse na porta, eu estava vendo; quem saísse, eu estava vendo”, relatou Antônio Batista. Toinho contou ao Farol que, mesmo diante das lutas da vida, sempre incentiva os filhos aos estudos, para que eles tenham as oportunidades que ele não teve. Hoje, comemora a vitória da filha, que aos 21 anos cursa Relações Internacionais na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), tendo ingressado em 2019 pelo Enem, fez cursinho preparatório. Toinho destacou a importância do plano do governo nessa conquista:
“Se não fosse um governo que deu oportunidades, não teria esse tanto de filho de pobre formado em medicina, engenheiro, advogado… O governo incentivou e fez com que esse pessoal chegasse lá. Estão todos chegando agora, a primeira geração de muitas que virão, com fé em Deus! Tenho sobrinhos e sobrinhas que chegaram em fisioterapia, direito, medicina, e a minha. Só os mais novos, essa juventude de 20 anos. Do meu tempo, não tem ninguém dos de perto com o nível superior, não que eu conheça”. Allyne de Souza Feitoza, 21 anos, filha do casal, explicou para o Farol de Notícias a escolha do curso em Relações Internacionais. Confira:
“Eu escolhi um curso que incluísse diversas áreas do meu interesse, e me possibilitasse ter visão de mundo. Acredito que minha formação num curso superior representa, para mim, a possibilidade de ampliar meus conhecimentos e desenvolver habilidades que só são possíveis através do estudo de diferentes temas. Minha conclusão está prevista para o final de 2023 ou início de 2024. Meus planos para o futuro, no momento, envolvem a preparação para concurso público, visto que o curso de RI [Relações Internacionais] foca na área governamental; também viso a estabilidade que um cargo concursado proporciona. Para os meus pais, é a realização de todos os esforços que eles fizeram para que eu tivesse a oportunidade de estudar”, destacou a jovem.
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