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A agricultora Camila Bezerra denuncia que teve sua casa invadida e agora não tem onde morar com seus filhos pequenos

Fotos: Farol de Notícias / Manu Silva

A novela sobre a ocupações de casas no bairro Vila Bela, em Serra Talhada, continua. Famílias desabrigadas se instalaram em casas do residencial, porém algumas delas foram expulsas pelos proprietários. Parte dos moradores contemplados ainda não se mudou para o bairro, gerando momentos de tensão na localidade, já que outras famílias sorteadas no Minha Casa, Minha Vida, exigem que a Prefeitura de Serra Talhada chame as pessoas que estão no cadastro de reserva. O governo havia dado um prazo de 30 dias para os contemplados se mudarem, no entanto, muitos ainda não o fizeram por diversos motivos.

Nesta quarta-feira (17), recebemos na redação do FAROL Camila Bezerra dos Santos, 26 anos, agricultora, que reclama que sua residência foi invadida há 15 dias enquanto estava em Tocantins cuidando da mãe doente. As moradias invadidas fazem parte de um lote de 195 residências entregues pelo programa Minha Casa, Minha Vida no início de maio deste ano. Camila dos Santos, que recebeu a casa há cerca de um mês, alega que teve que viajar para cuidar de sua mãe, a qual amputou a perna. A moradora explica que tem mãe idosa e mora em outro estado.

“Fui para lá (Tocantins) há um mês também e uma amiga minha que mora perto da minha casa me avisou que a casa tinha sido invadida, pedi ajuda ao prefeito da cidade lá do Tocantins e vim embora só para resolver isso. A mulher disse que não sai de jeito nenhum, se mudou com a família toda, mas e eu? Agora para onde vou com meus filhos? Não posso ficar na rua com três crianças. Ela também tem filhos, se mudou com móveis e família, mas eu vou na justiça e quero minha casa de volta”, afirma Camila Bezerra.

PREFEITURA

De acordo com secretário de Ação Social de Serra Talhada, Josenildo André, existem famílias que estão no prazo legal para se mudarem. “Tem esse prazo de 30 dias para as pessoas assumirem e, em alguns casos, houve a assinatura do convênio após a data da entrega (no dia 5 de maio). Findando esse período, as famílias que não se mudarem para as casas serão notificadas. E caso não ocupem as residências iremos acionar o cadastro de reserva. Mas, quanto à invasão, a prefeitura não interfere pois é um problema entre o proprietário e os invasores”, explicou.