A revolta tomou conta de 12 operários que trabalham na construção da Academia das Cidades, no bairro Bom Jesus, em Serra Talhada. No final da tarde dessa quarta-feira(21), eles receberam apenas metade do que estava previsto após acordo, firmado com o proprietário da Imobiliare Construtora e Incorporadora, Bruno Barbosa.

Ele assumiu, para o FAROL e, ao vivo, no rádio, o compromisso de quitar todas as dívidas trabalhistas até o dia 21.  

Assim, os trabalhadores afirmam que, como não foi cumprido o acordo, a tendência é que as obras continuem paralisadas. Um dos mais exaltados com o problema é o pedreiro Argemiro Bezerra de Carvalho, que chegou a escrever em uma placa do Governo de Pernambuco, frases de cobrança pelo pagamento.

“Isto nao é possível. É muito desrespeito com a gente. Queria receber tudo e só recebi metade? E não tem data para receber o resto…”, desabafou Argemiro, informando que recebeu apenas R$ 500, entregue pelo encarregado da obra. O servente de pedreiro Adriano Magalhães, de 24 anos, também não escondeu a decepção com a quebra do acordo do empresário.

“Era para eu receber R$ 630 e só recebi R$ 300. Difícil trabalhar assim”, admitiu. Decepcionados e sem perspectivas, os trabalhadores decidiram que irão procurar o Ministério Público. “A solução é procurar o promotor de Justiça”, declarou Argemiro Carvalho. O total do débito com os operários era de R$ 16.200 mas foram depositados apenas R$ 7 mil na conta do encarregado pela obra.

O outro lado

O Farol localizou o empresário Bruno Barbosa, que tentou minimizar a situação. “Veja bem, eu prometi realizar o pagamento hoje (21) mas não disse que o faria todo. Fiz o possível para quitar os salários atrasados mas não deu certo”, justificou o empresário.

Segundo ele, num prazo máximo de 15 dias os trabalhadoes receberão o restante. Questionado como faria para tocar a obra, uma vez que havia demitido todos os operários, Bruno acabou fazendo uma revelação.

“A nossa empresa também é a responsável pela construção da cozinha comunitaria em Serra Talhada. Pretendemos remanejar os operários do canteiro da ‘cozinha’ para a Academia das Cidades. Entretanto, se algum operário quiser continuar conosco, não há problema. Não há qualquer ressentimento”, disse Bruno Barbosa.