Publicado às 05h30 desse domingo (18)

A série Rosa, Cor de Luta traz neste domingo a história de Helyane Barros Conserva Feitosa, 52 anos, que descobriu o câncer aos 44 anos em 2016. Ela nos relata que foi uma grande surpresa receber o resultado da biópsia, pois sempre fez os exames de rotina. Mas ao ter a notícia, Helyane não baixou a cabeça, seguiu sua vida com muita fé e coragem. Com uma equipe médica muito preparada ela não fraquejou um só minuto. Passou por todas as fases dolorosas sabendo que iria vencer.

Helyane sempre reforça a importância dos exames de rotina, pois foi a descoberta precoce que a salvou. Mesmo fazendo os exames todos os anos, o nódulo teve um crescimento significativo e nada palpável, preocupando os médicos, porém logo o tratamento se iniciou para que em seguida a cirurgia fosse feita. Ela fala um pouco sobre como foi receber a notícia.

“Eu tinha o maior cuidado e todo ano fazia todos os exames, porque minha mãe teve linfoma e desde que ela foi diagnosticada eu a acompanhei nos seus exames e aproveitava e fazia os meus também. Em novembro de 2016 eu tive essa surpresa de aparecer um nódulo na mama direita e uma alteração na textura da mama esquerda, na mama esquerda não era câncer e meu nódulo nunca foi palpável, ele se formou através de um processo cicatricial. Eu tinha feito a retirada de um cisto e o nódulo se formou na cicatriz, então eu jamais ia descobrir esse câncer se não fosse os exames preventivos”, relatou.

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Com uma vida muito ativa, trabalhando na prefeitura, na polícia militar e no seu consultório, ela relata que muitas vezes se sentia inútil, no entanto sabia que era uma pausa necessária. Por ser dentista, a sua profissão não a permitia trabalhar de forma alguma, por ter contato direto com os pacientes. Foi com muita força que ela superou tudo. E com todas as angustias que estava passando Helyane conta como saber de histórias superação a ajudou a vencer todos os medos.

“Eu ficava pesando “meu Deus, eu tão nova vou morrer”, mas ao mesmo tempo veio aquela fé, a gente lembra de pessoas que superaram e eu comecei a pensar “e por que eu não?”. De fato, a notícia é um baque, porém se a gente não tiver coragem, não for atrás é pior. Minha médica disse “vamos correr contra o tempo”, e é verdade, corremos contra o tempo para que a doença não avançasse.”

O que mais a fez lutar foi sua equipe médica preparada, que em nenhum momento a deixou preocupada. Sempre com todos os cuidados eles se mantinham firmes e confiantes de que a cura dela chegaria. Ela fala como esse apoio médico foi essencial em sua vida.

“Eu tenho uma equipe médica fantástica. O tumor estava muito grande, numa região não palpável e meu mastologista disse a mim que eu precisava fazer a quimioterapia antes, para diminuir o nódulo e depois fazer a cirurgia. Ele me falou que eu ficasse tranquila que a equipe médica ia tomar conta de mim, eu só precisava continuar com a cabeça boa e com minha fé, sabendo que os médicos estavam preparados para me curar. Isso me deu uma força muito grande.”

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Ao todo foram 4 quimioterapias muito fortes, a mastectomia bilateral como prevenção e em seguida foi feito 28 sessões de radioterapia. Helyane conta que de tudo, a quimioterapia foi o que mais a abalou, só que passa e hoje está aqui viva para contar sua história. Além da equipe médica, ela fala com muito carinho de seu esposo Marcos Feitosa, que é até hoje o seu maior apoio.

“Minha rede de apoio sempre foi Deus, a gente sabe que a nossa religião, que nossa crença é fundamental. E minha família sempre esteve muito presente na minha vida, minha família é tudo para mim. Mas meu porto seguro foi o meu marido, ele é realmente meu companheiro de todas as horas. Se a gente não tiver um casamento sólido, fortalecido realmente abala, mas meu marido foi fantástico, ele me apoiou, foi nos tratamentos comigo ainda hoje vai comigo nas revisões”, relembrou.

 

Seu maior medo foi pensar que poderia perder o crescimento dos seus filhos, que são tudo na vida dela, só que eles foram parte de sua força e lutaram junto com ela, dando todo apoio possível. Helyane faz um apelo de coração a todas as mulheres.

“O que eu mais quero pedir é que a mulheres não deixem para depois os exames preventivos, com o diagnóstico precoce a gente luta e vence o câncer. Todo câncer diagnosticado precocemente tem cura. É importante se tocar, conhecer o corpo, ir ao médico com qualquer alteração. Ter fé e acreditar na medicina, que está muito evoluída. O câncer está deixando o estigma de morte, então é preciso se tratar, não é fácil, mas passa, o cabelo cresce, a vida volta ao normal. O diagnóstico precoce salva vidas.”

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Helyane começou a analisar de como foi dolorido passar pelo tratamento mesmo tento todo o conforto, uma equipe carinhosa e preparada, uma alimentação adequada e todo acompanhamento possível e começou a pensar como outras pessoas não tinham a mesma sorte que ela teve. Foi então que o Amparo Amigo surgiu em sua vida e hoje ela se sente realizada em ajudar outras pessoas.

“Depois que eu fiz o tratamento, minha prima Fátima iniciou o dela (relembre aqui) e ela sempre teve vontade de fazer alguma coisa para os pacientes com câncer. Ela começou a produzir os turbantes para doação e foi quando apareceu para gente o grupo do Amparo Amigo que foi fundado por Bárbara (relembre aqui) e Valéria (relembre aqui). Participar desse projeto foi um presente para mim, eu me realizo cuidando daquelas pessoas que não tiveram a mesma sorte que eu tive de ter um tratamento tão confortável. E a gente vê muita gente que não tem nada, poder ajudar essas pessoas me fortalece.”