Fotos: Celso Garcia/Farol de Notícias

Publicado às 04h49 desta quarta-feira (6)

Pensando em construir um futuro promissor para os filhos (16 e 19 anos) e evitar que o filho adolescente não ficasse nas ruas, Maria Solange Gregório Gomes, 43 anos, moradora do Bairro Vila Bela, em Serra Talhada, começou seu próprio negócio há 5 anos, com apenas alguns pacotes de salgadinhos e balas. Hoje o filho de 16 anos sonha em ser um grande empresário.

Foi nesse contexto que surgiu o Mercadinho São Pedro, na Quadra 36, Lote 37 no bairro Vila Bela. Como não havia comércio na parte alta do bairro quando Solange e a família se mudaram para lá e ela tinha sonhos para os filhos, começou a empreender. Solange trabalhava no comércio e o objetivo era que o filho tomasse conta do pequeno negócio. Quando percebeu que as vendas estavam fluindo e saiu do trabalho, decidiu investir mais no empreendimento e o ampliou. De vendinha de bala e salgadinho tornou-se um mercadinho.

”Antes eu trabalhava na Brotinhos, tenho dois filhos, mas o menino fica comigo e a menina com minha mãe. Para ele não ficar na rua, eu resolvi abrir o mercadinho. Antes da pandemia, eu ainda trabalhava, quando começou me colocaram para fora e fiquei só aqui, aqui foi e é meu meio de vida. Antes ficava só meu menino e meu esposo ajudava porque o menino também estuda a tarde. Está um pouco difícil porque as coisas estão tudo caras, mercadinho pequeno a gente compra e coloca a percentagem e o pessoal acha caro para comprar, mas dar para levar”, explicou.

CARESTIA

Com a alta dos preços dos produtos os moradores do bairro começaram a reclamar bastante, principalmente com o aumento do ovo, do café e do óleo. Além do ovo, o que mais sai é bebida quente, açúcar, arroz e as guloseimas que as crianças adoram. As vendas ainda são tímidas, porque as pessoas costumam comprar mais em supermercados, mas ainda assim para Solange vale muito a pena, tanto tirar o sustento da família quanto por alimentar o sonho do filho.

”Se tivesse condições ampliaria mais, também pensamos em aumentar, meu filho só pensa alto porque ver que é daqui que tiramos nosso sustento para sobreviver. Ele ainda é menor, mas é um menino esforçado e eu nunca deixei ele no meio da rua por isso que abri o mercadinho. Valeu a pena, valeu muito a pena. Por conta disso ele tem sonhos altos, sonha em ser empresário e digo que ele tem que estudar, fazer faculdade, já está no 2º ano, para conseguir conquistar o que ele sonha. E a minha filha também estuda, faz Direito”, afirmou Solange, esperançosa.

O Mercadinho São Pedro já aderiu à modernidade e recebe pagamento de todas as formas. Além de à vista, recebe por cartão e até mesmo pelo Pix. No entanto, Solange não vende a prazo, após deixar de receber algumas vendas, ela aboliu definitivamente o famigerado fiado.