Com Giovanni Sá Filho

Horas após ser derrotado na Câmara Municipal – que acatou o parecer do TCE rejeitando as contas de 2005 -, e após entrar no rol dos chamados “fichas-sujas”, o prefeito Carlos Evandro (PR) abriu o verbo durante entrevista de rádio na tarde desta terça-feira (6), afirmando que foi alvo de um processo de retaliação política por ter “abraçado” a pré-candidatura de Luciano Duque (PT).

“Houve uma retaliação e não um julgamento. Infelizmente, eles agiram pelo lado da perseguição política. Vou procurar os caminhos da lei para me defender, nem devo e nunca devi nada e nem me apropriei de dinheiro público”, disse. ‘Carlão’ fez ainda uma análise dos votos dos vereadores Paulo Melo, Márcio Oliveira, Peinha de Tião e Gilson Pereira.

“Eles foram orientados, com certeza, por aqueles que sempre ajudei. Estes mesmos votaram à favor das contas do ex-prefeito Geni Pereira”, recordou, afirmando que recebeu o resultado com um misto de surpresa e tristeza. “Se eu tivesse apoiando um outro candidato que não fosse Luciano Duque era mais cômodo. Minhas contas seriam aprovadas com tranquilidade. Mas costumo honrar o que digo. Tenho compromisso. E Luciano tem sido vice muito leal”, justificou.

Jogo político

A decisão pela reprovação das contas do prefeito evidencia o claro ‘racha’ dentro do grupo político liderado pelo deputado Inocêncio Oliveira. Em certas ocasiões, meses antes da votação, o próprio Carlos Evandro tentou transparecer que não existia animosidade alguma entre seus membros, apesar da cisão Inocêncio-Sebá x Carlos-Duque.

Resta saber se agora, o prefeito ainda irá tentar ‘cultivar’ essa aparência, já que ficou evidente que, neste jogo político, o deputado Inocêncio não fez muita questão de mover suas peças para livrar o prefeito da reprovação das contas. No final de tudo, a verdadeira intenção – parece – era de aniquilá-lo politicamente, como castigo por uma susposta “desobediência”.