Da ISTOÉ

Foto: REUTERS/Viacheslav Ratynskyi

Pelo menos 35 pessoas morreram, e outras 100 ficaram feridas, nesta sexta-feira (8), em um ataque com foguetes contra a estação de Kramatorsk, cidade do leste da Ucrânia, onde centenas de pessoas aguardavam um trem para deixar a região.

“Mais de 30 pessoas morreram, e mais de 100 ficaram feridas, após um disparo de foguetes contra a estação (…) É um ataque deliberado”, afirmou o chefe da empresa ferroviária ucraniana Ukrzaliznytsia, Oleksander.

Minutos depois, os serviços de resgate informaram que havia pelo menos 35 vítimas fatais.

Em frente à estação de Kramatorsk, havia vários carros carbonizados e os restos de um míssil. Por toda a parte, viam-se malas abandonadas, estilhaços de vidro e escombros. O interior da estação estava coberto de sangue, que se espalhava pela rua, devido ao movimento dos corpos.

Mais cedo nesta sexta, um repórter da AFP havia estado na estação. Naquele momento, havia centenas de pessoas à espera de um trem para deixar a região, ameaçada por uma ofensiva russa de grande envergadura.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou o ataque desta sexta como um ato de “maldade sem limites” por parte da Rússia.

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“Como não têm força, nem coragem, para nos enfrentarem no campo de batalha, destroem, cinicamente, a população civil. É um maldade sem limites. E, se isso não for punido, não vai parar nunca”, declarou o presidente no aplicativo Telegram, denunciando os métodos “desumanos” das forças russas.

O Ministério russo da Defesa negou, por sua vez, ter lançado o ataque à estação de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, que deixou pelo menos 35 mortos.

“Todas as declarações dos representantes do regime nacionalista em Kiev sobre o suposto ‘ataque com foguete’ realizado pela Rússia em 8 de abril na estação de trem da cidade de Kramatorsk são uma provocação e são absolutamente falsas”, disse o ministério, conforme comunicado divulgado pela agência de notícias RIA Novosti.

“Ressaltamos, de maneira particular, que os mísseis táticos Tochka-U, cujos fragmentos foram encontrados nos arredores da estação de Kramatorsk e (cujas imagens) foram divulgadas por testemunhas, são utilizados apenas pelas Forças Armadas ucranianas”, completou a nota.

A Rússia nega, de forma sistemática, a responsabilidade pelas mortes de civis no país vizinho, onde lançou uma grande ofensiva militar em 24 de fevereiro passado.

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, condenou “com firmeza” o ataque e acusou a Rússia de querer “fechar as rotas de retirada” de civis.

“Condeno com firmeza o ataque cego desta manhã a uma estação em #Kramatorsk por parte da Rússia, que matou dezenas de pessoas e deixou muitos feridos”, tuitou Borrell.

“Trata-se de uma nova tentativa de fechar as rotas de retirada para aqueles que fogem desta guerra injustificada e de causar sofrimento humano”, acrescentou.

Na mesma rede social, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que é “horrível ver a Rússia atacar uma das principais estações usadas pelos civis que deixam a região onde a Rússia intensifica seu ataque”.