Do g1 Petrolina

Foto: Reprodução / TV Grande Rio

Há uma semana, os pais da menina Beatriz Angélica Mota estão caminhando em direção a Recife, pedindo justiça, pela morte da filha de 7 anos, assassina com 42 facadas, no dia 10 de dezembro de 2015. Desde o início do percurso, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, Lúcia Mota e Sandro Romilton estão recebendo manifestações de carinho e apoio, pelas cidades onde passam.

No início da madrugada desta segunda-feira (13), os pais de Beatriz saíram de Belém do São Francisco. A próxima parada do casal será em Floresta.

“Estamos caminhando por justiça. Para que Beatriz tenha um inquérito justo e um processo justo”, destacou Lúcia.

Os pais de Beatriz não estão caminhando sozinhos. Desde a saída de Petrolina, na madrugada do dia 5, eles estão sendo acompanhados por voluntários e um esquema foi montado para garantir a de segurança durante a viagem. Nos pontos de parada, o grupo é acolhido por moradores.

“Eu estarei no apoio, teremos carros de apoio, teremos um ciclista batedor, temos acompanhamento da PRF e PM, que está nos abraçando neste momento. Então, é uma logística muito séria, muito importante. Tudo com segurança, inclusive com distanciamento”, disse Sandro.

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Nestes sete dias de caminhada, Lúcia e Sandro tiveram recepções calorosas. Em Orocó, o casal foi recebido por dezenas de moradores, que estavam carregando faixas, pedindo justiça. O mesmo aconteceu em Cabrobó.

Em Belém do São Francisco, os moradores fizeram um corredor na rodovia, para receber os pais de Beatriz.

A previsão é que os pais de Beatriz cheguem a Recife entre os dias 25 e 30. “Em Recife, nós temos dois pontos de parada, que é o Ministério Público e o Palácio das Princesas, que é onde eu vou realmente me estabelecer. O objetivo dessa caminhada é chamar a atenção do governador em relação aos nossos pedidos que já estão tramitando aí há mais de um ano”, explica Lúcia.

O assassinato de Beatriz Angélica completou seis anos, no último dia 10. Até o momento, ninguém foi preso. Sobre as investigações do caso, a Polícia Civil se manifestou através de nota. Confira abaixo.

A Polícia Civil de Pernambuco informa que segue comprometida com a investigação do caso da criança Beatriz Angélica Mota.

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No final do último mês de maio, o Chefe e o Subchefe da Polícia Civil de Pernambuco, Nehemias Falcão e Darlson Macedo, respectivamente, receberam, em seu gabinete, uma comissão formada pelos pais da criança Beatriz Angélica Mota, pelo advogado da família e pela coordenadora do Movimento Somos Todos Beatriz. Os quatro delegados, que compõem a Força Tarefa criada pela Chefia de Polícia para investigar o caso, participaram da reunião, assim como a Diretoria de Inteligência da PCPE. A comissão pôde fazer os questionamentos necessários aos delegados e foi reafirmado, naquele momento, que todos seguem disponíveis para esclarecimentos.

Na ocasião, a comissão apresentou a proposta de cooperação com empresa de investigações norte-americana. Foi informado que a concretização da parceria poderá ocorrer após pareceres da Procuradoria Geral do Estado, e do Ministério Público, além da aprovação do Poder Judiciário, seguindo todos os preceitos legais.

Todo o material que compõe o Inquérito Policial em curso, disposto em 23 volumes, segue em análise constante e também estão sendo realizadas novas diligências. Não há registro de negativa de recursos para a investigação. Importante destacar que o caso segue sob segredo de justiça.

Entenda o caso

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Beatriz Angélica foi assassinada com 42 facadas dentro do colégio Maria Auxiliadora, um dos mais tradicionais colégios particulares de Petrolina. O crime ocorreu dentro da quadra onde acontecia a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano. A irmã da menina era uma das formandas.

A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 do dia 10 de dezembro de 2015, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra. Minutos depois, o corpo da criança foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo que estava desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.

No final de maio, com o apoio da empresa Criminal Investigations Training Group, dos Estados Unidos, uma nova imagem do suspeito foi produzida e divulgada. Até o momento, ninguém foi preso.