Publicado às 13h49 desta quinta-feira (7)

OPINIÃO

Por Giovanni Sá Filho, editor-assistente do Farol de Notícias

O Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam) em Serra Talhada corre sério risco de não dar conta da grande demanda de pessoas com suspeitas da covid-19 que poderá chegar à unidade nas próximas semanas.

O motivo é simples. Conforme o Farol apurou, atualmente de 6 pacientes suspeitos internos na ala para tratamento da doença, 4 deles são de fora da cidade. Apenas dois são de Serra Talhada.

Pelo o que apuramos: Dois são de Triunfo e dois de Carnaíba. Isso nos diz o seguinte:

Os municípios menores que Serra, os quais não tiveram condições de montar leitos específicos para acompanhamento do quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), estão começando a recorrer com mais intensidade ao Hospam.

Atualmente o Hospital Agamenon Magalhães tem 13 leitos de enfermaria e apenas um leito de isolamento com respirador mecânico, o qual já está ocupado.

Uma paciente com sintomas da doença – internada na ala da covid-19 – teve que ser transferida às pressas para um hospital em Recife, no último sábado à noite (2), em estado grave.

Esse procedimento já estaria ocorrendo por receio da direção do Hospital em precisar dispor de outros respiradores e não ter mais nenhum na ala adulta.

A covid-19 está se espalhando rápido em muitos municípios do interior de Pernambuco e na região que o Hospam abrange.

A tendência é que, em breve, a principal unidade de saúde pública da nossa cidade já não dê conta.

Duas questões são importantes frisar neste momento:

Há um atraso por parte do Governo Paulo Câmara na montagem de 100 leitos do Hospital de Campanha em Serra Talhada e na bem dita entrega de 20 leitos de UTI no tão sonhado HGS (Hospital Geral do Sertão).

Há ainda um silêncio das autoridades administrativas, políticas e do setor de saúde estadual quanto à ausência de mais respiradores para o Hospam.

O que chama a atenção para uma aparente falta de planejamento estratégico visando se antecipar a uma crise que, silenciosamente, se desenha no horizonte.

É preciso agir rápido! Ou vamos esperar o pior?

LEIA TAMBÉM

Hospam com 6 pacientes na ala da covid-19 em ST