Ratos, baratas, vasos sanitários quebrados e sujeira. Este é o cenário da cadeia pública de Serra Tallhada, que abriga mais de 100 detentos, em apenas nove celas. O drama foi denunciado pelos próprios presos, que enviaram uma carta à imprensa, através do radialista Francys Maia, da rádio A Voz do Sertão.

Na missiva, os detentos também denunciam mau tratos dentro da cadeia pública. “As revistas são desumanas. Todo mundo fica nu e de joelho por várias horas. Há agressões por parte da polícia covardemente com o presos algemado. Entre nós, tem até um deficiente mental”, diz um dos trechos do manifesto.

Diante da situação crítica, o  “grito de protesto” dos detentos também chama a atenção sobre audiências que são canceladas ou adiadas por falta de defensores públicos. Segundo o abaixo-assinado, na cadeia há detentos que precisam com urgência de tratamentos médicos.

“Tem um senhor com 80 anos de idade com uma sonda sem a mínima higiene. Precisamos de atendimento médico pelo menos uma vez por mês”, relatam em outro trecho da carta. Por fim, os detentos fazem um apelo urgente e pedem providências.

“Nós pedimos humildemente aos Juízes, políticos, promotores, advogados, pais e mães e senhores de bem, que se compadeçam com a situação dos presos desta comarca”, finalizam. O radialista Francys Maia enviou o manifesto original ao promotor de justiça Vandeci de Souza Leite e a vereadora Vera  Gama (PHS), que luta há mais de um ano, pela reforma e ampliação da cadeia pública de Serra Talhada. 

“Estive com o promotor na cadeia pública. O  promotor ficou de enviar toda a documentação ao Governo do Estado”, disse a vereadora. A carta foi enviada a imprensa no último dia 26 de setembro. Até agora nenhuma providência foi tomada.

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