A estiagem que vem dizimando rebanhos e causando medo aos moradores do campo e da cidade que residem no sertão do Estado, está trazendo consequências dentro das salas de aulas na maioria das escolas de Serra Talhada. A forte onda de calor, principalmente no período da tarde, vem reduzindo a carga horária e provocando desânimo em alunos e professores.

“Tivemos que suspender as aulas na semana passada porque não tinha água sequer para fazer a merenda. Fui à Compesa para solicitar um carro-pipa”, confessa Marilene Cavalcante, diretora da escola Antonio Timóteo, no bairro do Bom Jesus. Muitas escolas possuem um número insuficiente de ventiladores para minimizar a onda de calor. “É muito difícil estudar com assim. É tudo muito abafado e até o ar do ventilador é quente. Dificulta, sim, o nosso aprendizado”, relata o estudante Ranielly da Silva, aluno da escola Antônio Timóteo.

Entre os professores as insatisfações ainda são maiores. A professora Auricleide Andrada, da escola Solidônio Leite, critica o governo do Estado por ter uma atuação apenas nas emergências. “Um exemplo são os tablets que chegam às escolas. É importante, mas e a preocupação com a pedagogia e a infraestrutura da escola?”, questiona. Já o professor Jair Elias, da escola Methódio de Godoy Lima, centra fogo nas aulas de educação física. “A maioria das escolas não possuem quadras cobertas e como praticar educação física com esta temperatura”, criticou.