Do Site Metrópoles

A Europa apresenta mais de 660 mil hectares de florestas queimadas por incêndios. É o pior número para o período do ano desde 2006, quando os dados de satélite começaram a ser coletados. Sendo assim, a Europa está a caminho de um recorde de destruição causada por incêndios florestais em 2022, segundo dados provisórios da União Europeia.

De acordo com informações do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), atualizadas nesse domingo (14/8), os incêndios destruíram 662.776 hectares de florestas em toda a União Europeia.

A área mais atingida foi a Península Ibérica. Na Espanha, que sofreu duas grandes ondas de calor este verão, entre junho e agosto, 246.278 hectares foram queimados, principalmente nas regiões da Galiza, província castelhana de Zamora (noroeste) e Extremadura.

Situação dos países

A situação melhorou nos últimos dias com temperaturas mais baixas. Em Portugal, os bombeiros demoraram uma semana para controlar um incêndio no parque natural da Serra da Estrela, reconhecido pela Unesco, e onde 17 mil hectares foram queimados.

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De acordo com os números, 2022 foi o pior dos últimos 16 anos para a França. Isso ocorreu em grande parte devido a dois grandes incêndios sucessivos no departamento de Gironde, perto de Bordeaux (sudoeste), para os quais foram necessários reforços de bombeiros alemães, poloneses e austríacos.

A situação também foi semelhante na Europa Central. Em julho, os bombeiros levaram mais de dez dias para controlar o maior incêndio da história recente da Eslovênia, com a ajuda de uma população mobilizada com tanto entusiasmo que o governo teve que pedir aos moradores que parassem de fazer doações aos bombeiros.

Sem aviões especializados no combate a incêndios, a Eslovênia teve que pedir ajuda à Croácia, que enviou um avião antes de trazê-lo de volta para apagar os próprios incêndios.

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Europa Central

Em termos de área, atrás da Espanha estão a Romênia (150.528 hectares), Portugal (75.277 hectares) e França (61.289 hectares). Se for considerado apenas o período de verão, “2022 já é um ano recorde”, explica à agência francesa AFP Jesús San Miguel, coordenador do EFFIS.

O recorde anterior na Europa data de 2017, quando 420.913 hectares queimaram até 13 de agosto e 988.087 hectares em um ano. “Espero que não tenhamos o mês de outubro que tivemos naquela época, quando 400 mil hectares foram arrasados em toda a Europa”, acrescenta Jesús San Miguel.

Até agora, as condições de extrema secura eram observadas principalmente no Mediterrâneo, mas agora são comuns na Europa Central. Na República Tcheca, por exemplo, um incêndio devastou mais de mil hectares, o que é pouco em comparação com outros países, e ainda assim 158 vezes mais importante do que a média de 2006-2021 neste país.

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Na Europa Central, as áreas queimadas permanecem pequenas em comparação com as dezenas de milhares de hectares devastados na Espanha, Portugal ou França.
Além dos incêndios na Croácia, houve três na Eslovênia e cinco na Áustria.