Os dados constam no pedido de afastamento de Cunha do cargo apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta noite. O pedido foi protocolado no gabinete do ministro Teori Zavascki, que é relator da Lava Jato no STF. A decisão sobre o afastamento deverá caber ao plenário da Corte.
A CPI da Petrobras funcionou entre fevereiro de outubro deste ano. Presidida por um aliado político de Cunha, o relatório final da comissão – elaborado por um deputado do PT – isentou a participação de políticos e conclui que a Petrobras foi “vítima de um cartel”.
Entre os casos em que a CPI teria sido usada por Cunha, a PGR lista a convocação da advogada Beatriz Catta Preta, que atuou na defesa de quatro delatores do esquema de corrupção da Petrobras. A PGR ressaltou que o pedido de convocação foi apresentado pelo deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), aliado de Cunha. Atual ministro de Ciência e Tecnologia, Pansera foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal anteontem.
“Essa aprovação (da convocação) ocorreu, curiosamente, após Julio Camargo, então cliente de Beatriz Catta Preta, prestar depoimento à Procuradoria-Geral da República, no qual revela que Eduardo Cunha recebeu parte da propina relacionada aos navios-sonda vendidos pela Sansung à Petrobras”, diz o pedido de afastamento da PGR.
No documento, Pansera também é citado quando os procuradores citam os pedidos de convocação de familiares do doleiro Alberto Yousef, que também fez acordo de delação premiada com o Ministério Público. “Este requerimento de convocação das filhas de Alberto Youssef e sua ex-mulher teve o único objetivo de intimidar colaborador que revelou em depoimento formal à Justiça e ao Ministério Público que Eduardo Cunha foi um dos beneficiários da propina da Petrobras”.
( Do Jornal do Commercio )
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