Mãe denuncia humilhação no HEC em ST: 'Tiraram foi onda dela'Publicado às 10h25 desta quinta-feira (13)

Maria Edvania Lima entrou em contato com o Farol para denunciar a humilhação que, segundo ela, a filha foi vítima no Hospital Eduardo Campos em Serra Talhada no dia 5 deste mês. A jovem Paula Valéria sofre de anemia falciforme (uma doença que por diversas vezes a leva a ficar internada por mais de meses e a precisar de doações de sangue, além das fortes dores que sente), e tudo começou no Hospam.

“Minha menina deu entrada no hospital [Hospam] às 12h, com dor. A médica atendeu ela, deu uma medicação, e ela ficou esperando até as 14h e pouco pela doutora que estava no descanso. la foi encaminhada para o Eduardo [Hospital Eduardo Campo]. Chegamos lá, foi outro chá de cadeira e ficamos esperando pela boa vontade do médico aparecer, porque estava em uma cirurgia e tinha que aguardar ele”m relatou a mãe, acrescentando:

“A menina estava se vendo de dor. Fui até um enfermeiro, ele disse que ela só seria atendida depois que ele atendesse todo mundo. Se é urgência, a minha menina estava sentindo dor, sem a medição desde às 12h. A menina tem crise de epilepsia, desmaio. O maqueiro ficou tirando onda dela, dizendo que o desmaio dela era de três reais, de segundos, e ficou junto os outros maqueiros rindo da minha menina e debochando. Ficaram todos debochando e destratando, nos sentimos humilhadas. A enfermeira disse a minha menina: ‘Vá embora se quiser’”,  contou Maria Edvania acrescentando:

“Com um pedacinho, veio o médico cirurgião, olhou e disse que o caso dela não era cirurgia, eram apenas as dores da anemia falciforme, pediu um exame de sangue e não fizeram, não foram nem perto da menina para colher. Pediu também um Raio X, que foi feito. A minha menina já estava toda furada, e quando o enfermeiro foi furar o braço dela para colher o sangue, ela não deixou e ele ficou com deboche, e se juntou com o maqueiro e uma dondoquinha que tinha lá e ficaram chateando da cara dela”. Revoltada, a mãe completou o relato.

“No Eduardo  Campos, os funcionários só sabem tirar onda da cara dos pacientes. Lá só tem atendimento quem tem dinheiro no bolso. Quem é filho de papai, tem atendimento vip, agora o pobre não tem vez. O pobre é servido de palhaço, de comédia. O povo que trabalha lá parece que tem o rei na barriga. Aconteceu comigo e pode acontecer com outras pessoas. Tinha uma mulher lá desde o meio dia jogada em cima de uma cama, e os enfermeiros só iam às pessoas que convinha a eles. Tinha um casal rico lá, e o porteiro dizendo: ‘Dê atendimento especial a esse povo aqui’.

O OUTRO LADO

Nesta terça-feira (11), o Farol de Notícias entrou em contato com o Hospital Eduardo Campos de Serra Talhada e a gestão emitiu uma nota. Confira abaixo:

Nota enviada pela gestão do Hospital Eduardo Campos

“O Hospital Eduardo Campos, de Serra Talhada, atendeu a paciente em questão, no último dia 02/04, às 17h42, sendo realizada classificação de risco. Foi atendida pelo médico cirurgião, às 19h48, tempo dentro da média estabelecida pelos protocolos de classificação de risco, solicitado exames, foi realizado Raio-X. Às 20h24, a paciente já estava medicada e, após reavaliação, foi liberada às 22h, com prescrição para continuidade do tratamento em casa.

O HEC já está em contato com a sua equipe, para apurar a denúncia de falta de profissionalismo dentro do serviço, conduta que não faz parte do padrão de atendimento oferecido pela Unidade e que não seria aprovada pelos seus gestores. O Hospital fica à disposição dos familiares para novos esclarecimentos, caso sejam necessários”.

 

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