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Fotos: Farol de Notícias / Alejandro García

Em comemoração ao dia da música – 22 de novembro – o FAROL DE NOTÍCIAS traz mais uma rodada de entrevistas para conhecer os talentos ocultos da música serra-talhadense. Tivemos um bate papo descontraído com os meninos da banda Asfixia 232, verdadeiros sucessos do hard core na cidade, que trabalham duro todos os dias para investir no sonho da carreira musical. A Asfixia 232 foi formada ha cerca de quatro anos e hoje é composta por Ricardo Babu nos vocais, Flávio Silva e Álamo nas guitarras, Vânio no contrabaixo e Ruslan na bateria. Os meninos irão se apresentar no V Cangaço Rock Fest, no dia 5 de dezembro. Confira também um dos primeiros sucessos da banda, Cangaceiro Roque.

ENTREVISTA COM A BANDA ASFIXIA 232

FAROL: Boa tarde meninos, bem-vindos à redação do FAROL e gostaríamos de começar sabendo quem são vocês e o que faziam antes de investir na carreira musical?

FLÁVIO SILVA: Tenho 25 anos e comecei a tocar guitarra com 18 anos, quando consegui o primeiro emprego e pude comprar o meu próprio instrumento. Sou de família pobre e eles não têm condições de me dar nenhum instrumento, então, assim que eu comecei a trabalhar eu comprei minha primeira guitarra e aprendi a tocar. Comecei praticamente sozinho, tomei umas aulas com uns amigos e estou até hoje aprendendo. Eu hoje trabalho como eletricista e estou montando uma pequena empresa com o meu irmão de serviços elétricos. O nome é O Mandado.

RUSLAN OLIVEIRA: Tenho 21 anos e sou o baterista, que toco há cerca de três anos quando a gente comprou a bateria da banda. Eu aprendi a tocar para a banda. Eu trabalho com Flávio na empresa que ele está montando com o irmão dele.

RICARDO BABU: Eu estou com 27 anos e sou o vocalista, venho de outras bandas como Arritmia e Aloha 5. Hoje estou trabalhando como auxiliar de gerente com meu pai no mercado dele. Se esquecer dos outros integrantes da banda, que é o baixista Vânio, que está com a gente desde o início. Além do outro guitarrista, Álamo, que não está aqui por conta do trabalho.

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FAROL: como surgiu a Asfixia 232 e de onde vem esse nome?

RICARDO BABU: Asfixia foi a junção de duas bandas. Eu tinha um projeto que estava apenas no início, com mais dois outros amigos. São todos amigos em comum que a gente tinha e os caras aqui tinham outra banda também, o nome da banda deles era Asfixia. Nisso os outros integrantes da minha banda um foi para São Paulo e o outro começou a trabalhar e estava sem tempo. Enquanto isso, o vocalista deles estava trabalhando muito e não tinha tempo para ensaiar. Eles precisavam de um vocal e eu precisava de uma banda. Dai juntamos as bandas e no caso era só Asfixia. Mas eu fiz uma busca na internet e já tinham muitas bandas chamadas Asfixia. Então, eu juntei o 232 que é o que corta a nossa cidade, a BR, e complementei o nome. Por isso Asfixia 232.

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FAROL: Pensando no nome da banda e essa relação com a estrada, vocês já rodaram muito fazendo shows pela região ou fora dela?

RICARDO BABU: A maioria dos nossos shows foram em Serra Talhada mesmo, mas já tocamos duas vezes em Buíque, íamos fazer uma evento em Cabrobó, mas o evento foi cancelado de última hora. Na hora o organizador falhou e não aconteceu, mas a maioria dos shows foram aqui. Geralmente na Concha, cerca de oito a dez shows.

FAROL: A Asfixia faz parte da gama de músicos e bandas que formam o cenário underground de Serra Talhada, juntamente com várias outros que começaram cedo na música, formando o movimento rock n’ roll da cidade. Como vocês encaram e criam oportunidades de fazer shows na cidade e levar para frente o projeto da Asfixia 232

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RUSLAN OLIVEIRA: Realmente tem certa dificuldade de espaço de música e o estilo alternativo aqui na cidade, acho que é justamente por isso que o movimento alternativo tem crescido na região e na cidade, inclusive. Em relação à cultura que marca Serra Talhada tentamos absorver o máximo possível disso para transpor nas nossas músicas também. Inclusive a nossa música de trabalho agora se chama ‘Cangaceiro Roque’ e envolve um pouco da cultura da região e de Serra Talhada.

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FAROL: O show de vocês é formado só por músicas autorais ou vocês também fazem cover de bandas do mesmo estilo da Asfixia 232, o hard core?

RICARDO BABU: Nós temos músicas autorais e cover. Na verdade as músicas autorais estão surgindo agora, estamos com duas músicas autorais prontas, mas estamos trabalhando em mais. Estamos planejando gravar um CD e aí. As composições são em grupo, todos da banda contribuem, sempre que tem uma partezinha a gente vai montando. Mas as duas composições que estão prontas, Noites a Dentro e Cangaceiro Roque são praticamente minha e de Ruslan. Só a melodia, a parte instrumental que fica com os caras, os outros músicos da Asfixia 232, eles que vão montando.

Com relação ao CD estamos trabalhando nas composições, estamos indo aos poucos porque estamos na correria do trabalho, e vez ou outra arrumamos um tempinho para terminar as músicas e compor mais. Com um total de oito ou dez músicas eu acho que já dá para gravar um CD e começar a divulgar melhor o som.

FAROL: E os covers que vocês fazem, quais bandas integram o repertório da Asfixia 232?

RICARDO BABU: Nós tocamos Charlie Brown Jr., Raimundos, Matanza, CPM 22, Dead Fish e Aborto Elétrico, que foi a primeira banda do Renato Russo.

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FAROL: Com relação ao Cangaço Rock Fest, vocês me disseram que é a segunda vez que participam do festival. Vocês têm percebido que o evento está crescendo desde a primeira edição em 2011? Qual a sensação de participar do maior festival de rock de Serra Talhada?

RICARDO BABU: Com certeza, esse festival não traz benefícios não só para o público que gosta de rock, mas principalmente para bandas como nós. Ano passado foi a nossa primeira apresentação no Cangaço e o público estava top, uma galera massa, com muita gente de fora que veio.

RUSLAN OLIVEIRA: Começamos a ter o reconhecimento das pessoas de fora que apareceram e cresceu muito depois do cangaço a parte de visibilidade da banda. Cresceu muito, as pessoas de fora e a própria cidade passaram a conhecer mais a banda. Só resultado positivo.

FAROL: Estão animados para participar do Cangaço Rock Fest?

RICARDO BABU: Claro, com certeza. O evento se tornou um ícone como o maior evento da região e de Serra Talhada e está top a top com outros festivais de rock que tem por aí a fora. Eu e Ruslan a gente já trabalhou e já fez um evento, o Projeto Underground, há uns dois anos e a gente sabe como é organizar um evento, a correria que é. Kacike está de parabéns pelo trabalho que ele faz, porque são cinco anos de Cangaço Rock Fest e é uma longa história, um trabalho grande.

CONFIRA O VÍDEO DA ASFIXIA 232 NO FAROL – MÚSICA CANGACEIRO ROQUE