pneus 2Fotos: Farol de Notícias / Alejandro García

A Prefeitura de Serra Talhada transformou um espaço de coleta de material reciclado em um lixão a céu aberto. A denúncia é de Onélio Alves dos Santos, 50 anos, que desde 2010 ocupa a área atuando como catador. No local, no entanto, deveria existir uma usina de biodiesel, só que o projeto foi abandonado pelo governo Federal. De acordo com Onélio Santos, mais conhecido por ‘Sapinho’, a secretaria de Agricultura jogou cerca de 100 pneus no local do seu trabalho, sem qualquer justificativa ou pedido de autorização.

“Chegaram aqui e jogaram três carradas de pneus dentro do meu negócio. Transformaram o meu negócio num lixão, pois é daqui que tiro o meu sustento. Acho que houve uma falta de respeito para com o meu trabalho”, disse Onélio Alves, informando que os pneus foram jogados por determinação do secretário de Agricultura, José Pereira. A reportagem tentou conversar com o secretário, por telefone, mas não obteve resposta das ligações.

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ENTENDA O CASO

Em 28 de setembro de 2007, a Capital do Xaxado parou para assistir ao lançamento da pedra fundamental da Usina de Biodiesel de Serra Talhada, que, segundo políticos, iria “revolucionar” a produção agrícola na região. O anúncio era de investimentos na ordem de R$ 1,05 milhão, sendo R$ 800 mil do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e cerca de R$ 250 mil do Instituto Xingó. Na época em que se planejava o empreendimento houve uma grande euforia entre os agricultores serratalhadenses, que foram estimulados, especialmente pela classe política, ao plantio em massa de mamona, base da produção da usina.

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Dois tanques adquiridos para armazenagem do óleo encontram-se enferrujados e abandonados no Parque de Exposição de Serra Talhada, ao léu, dando a mostra gritante do desperdício com o erário do contribuinte, a falta de interesse político para tocar o projeto e a visível inexistência de fiscalização por parte dos órgãos controladores. Atualmente, o espaço reservado para a usina tem sido improvisado por um trabalhador local há três anos para estocagem e comercialização de produtos recicláveis. E vem servindo também como ferro velho.

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