Por João Alderney
(Decassílabo em martelo-agalopado)
CAMINHANDO
Um idoso caminha na penumbra
do final de uma tarde glamorosa
pára e admira uma árvore frondosa
ao que o som de um pássaro o deslumbra
Mentalmente um diálogo ele embasa
– “como é bom encontrar tanta beleza,
me conforta, pois, amo a natureza,
volto, assim, menos triste para casa
Viverás, pau-brasil, trezentos anos
e eu que estou no final e, já, sem planos
pouco tempo terei pra ver-te”, diz
O trilar da canora ave o atrai, mas
lembra-o, ao retrucar-lhe, – “Viverás
mais que eu e, ainda assim, canto feliz…”
2 comentários em POEMA: Caminhando, por João Alderney