selo-farolA manchete citada talvez tenha levado você a ‘monetizar’ este artigo. Foi de propósito. Mas a intenção destas mal tecladas linhas não é traçar dicas sobre restaurantes mais baratos ou passar receitas apetitosas. Puxo pelas minhas memórias e enxergo a gradual e lenta quebra do conceito de família nos considerados tempos modernos.

Num domingo de Páscoa, em outro tempos, o meu avô, Augusto José Duarte costumava reunir a família inteira ao redor da mesa. Crianças correndo pelos corredores, algazarra, música, gargalhadas, palmas, brincadeiras e várias trocas de abraços. Augusto Duarte tinha o prazer de juntar a prole só para sentir o cheiro da família. Ora, com meu pai não era diferente. Meu pai tinha a criatividade de manter a família reunida até quando faltava luz na cidade. Juntava todos ao seu redor e queria ter a certeza que não faltava ninguém.

Naquela época um almoço de Páscoa não era caro, pois o objetivo era de reunir famílias e amigos. Neste século 21 tenho a impressão que nossos fios estão partindo via conexões digitais. Almoçar com um smartphone é muito mais negócio, porque fico sabendo as fofocas da hora, troco as últimas fotos dos acidentes com imagens exclusivas dos acidentados, não perco o Big Brother, vejo a safadeza da minha vizinha… ora, a família? Mas quem precisa disso para quem tem o mundo em suas mãos?

Parece irônico, mas é fato. Nossas refeições em família estão sendo substituídas por hábitos modernos. Eu sei de tudo da vida do vizinho. Família? Depois a gente aprende. Mas que saudades do vovô Augusto Duarte, o negro de fé inabalável cujo principal riqueza foi a família. Que neste domingo de Páscoa a sua vida possa ganhar outra cor e que Jesus Cristo possa, de fato, ressurgir sobre ela. Um abraço a todos e Feliz Páscoa!

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