Agricultores residentes no Assentamento Adão Preto, a cerca de 20 quilômetros de Serra Talhada, estão sofrendo com as mazelas provocadas pela longa estiagem que castiga o semiárido nordestino. O presidente da Associação local, Eremilton Marcelino da Silva, procurou a redação do FAROL DE NOTICIAS para denunciar que há três meses não recebem nenhuma entrega de água feita por carros-pipas. Nem por parte do exército, da prefeitura e do Governo do Estado. Segundo Eremilton, a comunidade pode estar sendo vítima de perseguição política.

“O último pipa que recebemos foi no mês de setembro, por parte do governo federal. São quase30 pessoas que estão se virando como podem para conseguir água, num cacimbão próximo”, relatou agricultor, lamentando a dura realidade: “Estou tomando isso como retaliação política por conta do envolvimento político de algumas pessoas do nosso assentamento. Na campanha eleitoral, tivemos militantes que trabalharam para os dois lados, Luciano e Sebastião, e o fato é que estamos sem água”.

EREMILTON: ESTAMOS HÁ 3 MESES SEM VER UM CARRO PIPA

Para conseguirem matar  sede, os agricultores do Assentamento Adão Preto andam cerca de 4 km para ingerir água sem tratamento, que vem servindo tanto para beber, como cozinhar e ainda para tomar banho . “Ela é salobra e pesada. Mas não temos outra alternativas. Nossa esperança é nesses pipa que não chegam mais por aqui”, disse o presidente da associação.

A reportagem do FAROL conversou com o coordenador da Defesa Civil, Patrício Ferraz, que negou a acusação do uso eleitoreiro da água. “Isto não existe. Conversei com o Eremilton, em setembro, onde ele ficou de voltar para cadastrar o assentamento e não retornou. Para receber os carros pipas as famílias precisam estar cadastradas. Mas, depois disso, vamos providenciar imediatamente essa solicitação”, garantiu Ferraz.