Mãe desesperada luta por direitos do filho preso em STPublicado às 10h20 desta terça-feira

No dia que Henrique foi transferido da Cadeia Pública de Serra Talhada, na sexta-feira (18) de outubro, para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), em Recife, sua mãe, Maria do Socorro dos Santos, 42 anos, esteve na redação do Farol de Notícias, para contar a angústia que sentia; pois, segunda ela, o filho estava com parte do dente quebrado.

Imediatamente, ao ver a situação, a mãe procurou a promotoria. Apesar disso, ainda hoje o mistério continua, pois não se sabe o que realmente aconteceu [relembre aqui]. Como se já não bastasse a dor pelo dente quebrado do filho, e a transferência para o HCTP, nesta segunda-feira (7), Maria do Socorro procurou novamente a redação do Farol; para contar sobre a primeira ligação que recebeu do filho na quinta-feira (3), após a ida para o Recife. 

Infelizmente, a aflição da mãe que tem o filho preso parece não ter fim, uma luta que começou há um ano, e que faz Maria do Socorro sofrer igual ou até mais do que Henrique. Ela relatou para o Farol que, antes da viagem do filho, pegou R$ 250 emprestado para comprar roupas e produtos de higiene, para ele levar para o lugar onde hoje é sua nova morada, o HCTP. Longe de casa, as dificuldades aumentaram para quem tem o compromisso de cuidar. O filho ao ligar para a mãe, a informou que viajou somente com as vestes do corpo, que nada levou, nem mesmo uma escova de dente. 

Maria do Socorro detalha o que aconteceu

“Dia 17, eu soube à tarde que ele ia ser transferido para essa clínica. Eu tomei dinheiro emprestado, R$ 250, para comprar os pertences dele, roupa, sandália, sabonete, shampoo, para ele levar, para ele não ir sem nada. No dia, falei com a guarnição, eles deixaram eu entrar e entreguei diretamente na mão dele. Não abriram nem a sala, entreguei ao meu filho pelo portão mesmo. Eu fui buscar essas coisas dele hoje, e os presos que eram da mesma sala dele disseram que eu nunca levei nada para ele; mas eu tenho certeza que a guarnição não vai mentir também. A guarnição que estava no dia que eu entreguei as compras para ele, vai estar amanhã de plantão”, disse Maria do Socorro, desabafando:

“Meu menino está precisando de um colchão. Lá, ele está dormindo numa pedra sem colchão, só com o lençol. Eu preciso dos pertences dele para levar, porque eu não tenho dinheiro para comprar; e estou correndo atrás para ver se consigo o dinheiro da passagem, porque a gente não tem familiares lá. Até um boné que ele disse que ia com ele, tiraram. O que eu acho engraçado é o diretor dizer que não dá notícia das coisas que acontecem lá dentro, como o caso que aconteceu com ele, que quebrou o dente. Eu não entendo essa cadeia. O diretor é para perceber as coisas que acontecem lá dentro. Eu acho que quem está mandando lá são os presos, e não o diretor. Eu quero que resolva. O diretor tem que encontrar as coisas dele ou quem ficou com as coisas devolver o dinheiro, para eu poder comprar novamente. Quem puder me ajudar, para eu levar alguma coisa para ele, eu agradeço”.

Mãe denuncia espancamento de filho em ST

Gestor da cadeia de ST fala de agressão